FGC instruirá investidores a receberem créditos do Rural
Estão cobertos pelas garantias do FGC depósitos feitos no Rural no Brasil, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias, letras de crédito imobiliário, letras de crédito do agronegócio e operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada ao banco. Dentre as exclusões das coberturas do Fundo, estão depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos captados ou levantados no exterior e depósitos judiciais.
"Oportunamente serão divulgadas novas informações e orientações", destaca a diretoria do FGC, por meio de comunicado divulgado hoje.
O Banco Rural detinha 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos do sistema financeiro em março de 2013. Epicentro do escândalo do mensalão, a instituição, controlada pela família Rabello, teve suas portas fechadas pelo BC por conta do comprometimento da sua situação econômico-financeira. Além disso, segundo o regulador, não existia um plano viável para a recuperação da situação do banco.
Diferentemente das demais instituições liquidadas pelo Banco Central, o Rural não estava sob intervenção do BC. Neste caso, o regulador preferiu por decretar a liquidação diretamente. A partir da ação desta sexta-feira, os bens dos controladores e ex-administradores do Rural, um total de 18 pessoas, ficam indisponíveis.
A liquidação atinge não só o Rural, mas as demais empresas que integram o conglomerado financeiro: o Banco Rural de Investimentos S/A; o Banco Rural Mais; o Banco Simples; e a Rural DTVM. Com a liquidação do Banco Rural, sobe para quatro o número de bancos que tiveram suas portas fechadas pelo BC em cerca de dois anos. O mais recente foi o BVA, que teve liquidação decretada em junho último e cujo passivo total estimado é de R$ 4,5 bilhões.
O banco, que estava sob intervenção do regulador desde outubro do ano passado, foi liquidado após o único interessado em adquiri-lo, o proprietário do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, ter desistido. Ele era o maior investidor individual no BVA, com cerca de R$ 600 milhões, entre depósitos e participação acionária.
Antes do BVA, Morada, em 2011, e Cruzeiro do Sul, no ano passado, já tinham sido liquidados pelo BC. O Cruzeiro do Sul tinha um buraco de R$ 3,1 bilhões. Após fracassarem as negociações com o espanhol Santander, único interessado em adquirir o banco, o regulador decidiu liquidar a instituição. O Prosper teve o mesmo destino porque, no fim de 2010, tinha sido adquirido pelo Cruzeiro do Sul. O destino de Panamericano, Schahin e Matone, porém, foi diferente. Depois de serem socorridos com dinheiro do FGC, foram passados para outras instituições.