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BC não vê impacto de protestos na concessão de crédito

12:57 | 26/07/2013
As manifestações ocorridas em junho não foram as responsáveis pela queda de 3,4% na média das concessões de empréstimos vistas em junho no crédito livre, que somaram R$ 12,4 bilhões. A avaliação é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, que também não relaciona o recuo de 11,6% no mês de julho até o dia 12 com os protestos. "É uma queda moderada nos dois casos. Não dá para relacionar com as manifestações", afirmou.

O técnico comentou que ele teve a preocupação de relacionar os dados porque, em tempos passados, quando havia greves bancárias, o volume de concessões recuava. Como houve incidência de agências depredadas durante as manifestações de agora, o BC foi observar quais os impactos, mas eles não foram identificados. "Esse episódio nos chamou atenção e fomos olhar, mas essas quedas foram muito comuns", argumentou, alegando que os dados mensais de concessão são extremamente voláteis.

Sobre o aumento da taxa de captação dos bancos no primeiro semestre, Maciel avalia que ocorreu em razão do ciclo de política monetária. O custo, segundo ele, passou de 8,6% em maio para 9,8% em junho - em dezembro do ano passado, essa taxa estava em 7,7%. "A taxa de captação tem subido ao longo do semestre dado o ciclo de política monetária. Esse aumento tem sido compensado por redução de spread, mas este mês preponderou o custo de captação", afirmou.

Questionado sobre se esse movimento poderia estar relacionado com uma possível redução das margens pelos bancos em um momento de esfriamento da economia, Maciel disse apenas que o BC tem tido relatos de acirramento da competição entre os bancos em busca de novos clientes, principalmente no segmento de crédito consignado. "É possível ser concorrência."

Crédito imobiliário

Maciel acrescentou que desempenho do financiamento imobiliário foi o destaque de junho, cuja participação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 6% em junho de 2012 para 7,5% em igual mês deste ano. Este segmento de crédito cresce a uma taxa de 35% nos últimos meses. Em junho, ficou em 35,4% no acumulado de 12 meses.

Maciel admitiu, após ser questionado por jornalistas, que o aumento da fatia do crédito imobiliário em relação ao PIB ocorre porque o crescimento da atividade econômica está menor. Isso é fácil de comprovar, de acordo com ele, justamente porque o ritmo de crescimento dos empréstimos imobiliários tem sido justamente de cerca de 35%. "Então, o PIB nominal é bem menor do que isso."

O desempenho do crédito imobiliário explica, segundo ele, a participação dos bancos públicos no total de crédito, que passou para 50,3% em junho.

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