Gabas: desonerar folha tem 'impacto zero' na Previdência
Segundo ele, é difícil calcular qual seria o valor que a Previdência perderia com as desonerações. "A situação está sempre mudando. Às vezes, entra setor e às vezes, sai. Apesar de que só tem entrado." Gabas também afirmou que, por isso, os cálculos são apenas fotografias de um momento. "Mas a expectativa é que, nos três primeiros meses deste ano, tenha sido algo em torno de R$ 5 bilhões."
O secretário executivo do Ministério da Previdência Social disse que a proposta do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de reduzir o valor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pago pelo patrão sobre o salário dos empregados domésticos de 12% para 8% ou 9%, não estava nos planos da pasta. "Além da redução do INSS, vamos ter um gasto maior com benefícios que não estavam previstos, como auxílio-acidente e salário-família", exemplificou, ressaltando que, como secretário, o papel dele não é fazer críticas. "O que passar (no Congresso), caberá à presidente Dilma (Rousseff) sancionar."
Convite
Gabas afirmou que não assumirá a Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda. "Eu não vou para a Fazenda, não tenho convite. As pessoas é que me nomeiam", disse. Conforme o secretário executivo do Ministério da Previdência, se houvesse um convite, no entanto, ele ponderaria. "Sou um cara que aceito qualquer desafio", afirmou.
Gabas comentou ainda a questão da demanda das centrais sindicais para o fim do fator previdenciário. "Acabar com o fator simplesmente põe em risco o futuro da Previdência. Não e possível acabar com o fator e não colocar nada no lugar." Segundo ele, a fórmula 85/95 quase foi fechada durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Fizemos debates com as centrais, em 2010 eu era ministro, mas não houve consenso", lembrou. Para Gabas, a situação econômica atual é muito difícil e a prioridade da presidente Dilma Rousseff e conter a inflação, manter o emprego e estimular o crescimento do País.