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Emergentes registram forte saída de capital estrangeiro

12:04 | 10/06/2013
Os fluxos de fundos dedicados a mercados emergentes registraram forte saída de investidores estrangeiros na semana terminada em 5 de junho. A saída líquida total de fundos dedicados a ações e bônus de mercados emergentes somou US$ 6,5 bilhões na última semana, com a maior parte do fluxo de saída registrada nos fundos globais de mercados emergentes, que perderam US$ 3,18 bilhões, segundo dados da EPFR Global, que acompanha a evolução dos ativos de fundos de emergentes. Segundo analistas do RBC Capital Markets, os estrangeiros foram majoritariamente vendedores líquidos nos mercados tanto de bônus quanto de ações no período acima.

Os números mostram saída líquida de US$ 1,5 bilhão de fundos dedicados a bônus de emergentes, com saída mais forte concentrada nos fundos dedicados a ações, que perderam US$ 4,996 bilhões em apenas uma semana - a maior saída líquida de recursos desde agosto de 2011.

Já os fundos dedicados às ações dos mercados desenvolvidos registraram saída líquida de US$ 1,44 bilhão, sendo a maior parte concentrada no mercado de ações dos EUA, com resgates de US$ 710 milhões. Nos mercados desenvolvidos, o destaque de entrada de capital externo foi o Japão, que teve entrada líquida de recursos de estrangeiros no valor de US$ 360 milhões na última semana.

Os fundos dedicados a ações de países emergentes da Ásia tiveram saída líquida de US$ 1,38 bilhão na semana, enquanto os dedicados à América Latina registraram a oitava semana consecutiva de resgates líquidos, com perda de US$ 200 milhões na última semana, totalizando saída de US$ 1,73 bilhão em dez semanas.

Segundo dados do Morgan Stanley em relatório para clientes, as maiores saídas em fundos dedicados a ações de emergentes foram registradas no Peru, nas Filipinas e na Turquia. Em termos absolutos, entretanto, foram os Brics que tiveram as maiores perdas, com saída líquida de recursos de US$ 1,48 bilhão da China, US$ 530 milhões do Brasil e US$ 360 milhões da Rússia. No caso da China, foi a maior saída líquida de investidores estrangeiros das ações chinesas desde 2 de fevereiro de 2011.

No México, houve saída líquida de investidores estrangeiros no mercado local de bônus, com resgates de US$ 750 milhões na última semana. Na Turquia, onde protestos contra o governo do premiê Taryip Erdogan aumentaram a instabilidade política e a aversão ao risco na semana passada, houve saída líquida de US$ 1,1 bilhão na semana até 5 de junho, além de resgates de US$ 145 milhões de capital externo na Bolsa de Istambul.

Para analistas do RBC, a integração entre mercados emergentes e desenvolvidos fez com que ciclos econômicos sincronizados afetassem a performance dos ativos locais. "A correlação entre o crescimento do PIB de emergentes e desenvolvidos aumentou significativamente, chegando a 65% em 2012, de apenas 5% em 1993. Além disso, os retornos em diferentes classes de ativos, incluindo moedas, são cada vez mais correlacionados devido aos fatores de risco no mercado global", explicam analistas, em relatório enviado nesta segunda-feira para clientes.

Como resultado, diz o RBC, os retornos com moedas de emergentes no mercado à vista estão se tornando mais dependentes de movimentos do mercado em geral. "Por exemplo, várias moedas da América Latina se enfraqueceram substancialmente no fim de maio à medida que as commodities e ações globais também tiveram desempenhos fracos", diz o relatório.

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