Custos industriais sobem 5,8% no 1º trimestre, diz CNI
Segundo a CNI, a perda no ritmo de aumento das despesas da indústria foi causada, sobretudo, pelas reduções promovidas pelo governo. Entre elas, destaca a Confederação, o custo com energia, que caiu 1,8% no primeiro trimestre do ano frente ao mesmo período de 2012, e com capital de giro, que teve recuo de 22,5% na mesma comparação.
A elevação dos custos com tributos foi de apenas 1%, puxada pelo ICMS. De acordo com a pesquisa, a desoneração da folha de pagamentos e a redução do IPI dos automóveis e eletrodomésticos contribuíram para a perda de ritmo de crescimento dos custos tributários, observada desde o último trimestre de 2012, quando houve alta de somente 0,3% no indicador frente a igual período de 2011.
O gasto com pessoal cresce acima da média dos custos, mas também apresenta sinais de perda de ritmo, diz a CNI. Isso porque, após seis trimestres consecutivos com alta acima de dois dígitos, o gasto com mão de obra subiu 7,7% no primeiro trimestre do ano na comparação com os primeiros três meses de 2012.
Matérias-primas
O estudo da CNI aponta que a alta dos preços dos insumos e matérias-primas utilizadas na produção industrial foi o que mais contribuiu para a elevação dos custos no setor no período de janeiro a março deste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, foi verificada alta de 9,9% do custo com esses bens. Se considerados apenas os insumos e matérias-primas importados, a alta dos custos é ainda maior, de 12,3%, refletindo os efeitos da desvalorização do real.
Competitividade
Enquanto os custos industriais cresceram 5,8%, os preços domésticos dos manufaturados subiram 7,6% no primeiro trimestre ante igual período do ano passado. "Com isso, a expectativa de recuperação da margem de lucro, projetada no fim de 2012, é confirmada", destaca o documento, informando ainda que já são dois trimestres consecutivos em que os preços dos produtos manufaturados crescem mais do que os custos. "Essa melhora na margem de lucro é fundamental para que as empresas industriais possam executar seus projetos de investimento", diz a CNI.
Apesar dessa desaceleração do ritmo de alta dos custos industriais, a pesquisa da CNI mostra sinais de "esgotamento" do ganho de competitividade visto em 2012, principalmente, "pela perda de intensidade no crescimento da taxa de câmbio". Para manter a competitividade do setor, a CNI sugere que se intensifiquem ações para redução do Custo Brasil.