Os trabalhadores da construção civil realizaram nesta segunda-feira, 6, uma paralisação de duas horas em trechos da avenida Santos Dumont. Segundo informações do sindicato dos operários, seis obras foram interrompidas o que teria envolvido uma média de 600 trabalhadores. A assembleia ocorreu na Praça Luiza Távora, popularmente conhecida como praça da Ceart.

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (Sticcrmf), por meio de sua assessoria de imprensa, explicou que as paralisações de duas horas vão acontecer pelos próximos dias. Além disso, os operários não vão trabalhar em hora extra, nem em expediente noturno ou aos sábados. A movimentação seria, portanto, uma tentativa de a categoria avançar na negociação salarial.

Eles disseram ainda querer o retorno das negociações. As paralisações por duas horas da categoria vão continuar por setores, até que haja retomada das negociações, segundo o sindicato.

Os operários pedem 12,5% de reajuste para os salários acima do piso, enquanto as construtoras propõem uma elevação de 7,56%.

Negociação
Em nota enviada a O POVO Online, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon- CE) disse estar buscando o diálogo, mas a negociação está travada. "A inflexibilidade do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF) impede a celebração do acordo coletivo da categoria, com a manutenção de uma pauta fora da realidade da economia brasileira, como reajuste dos pisos em torno de 14%", de acordo com a nota.

O sindicato patronal alega ainda que o valor é superior à inflação, uma vez que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de 6,77% no período de março de 2012 a fevereiro de 2013.

As empresas da construção civil apresentaram propostas com reajuste no piso de 7,5% e de 10% no auxilio alimentação. "Os pisos negociados são os valores mínimos que o trabalhador recebe quando inicia na profissão. Na prática, os trabalhadores com mais de três anos recebem salários superiores a 50% dos pisos", diz a nota.

Benefícios oferecidos aos trabalhadores pelo Sinduscon:
• Participação nos resultados, o que representa um 14º salário anual;
• Café da manhã e almoço gratuitos;
• Auxílio alimentação;
• Seguro de vida;
• Jornada de trabalho de 42,5 horas;
• Desconto do Vale Transporte de 1,5%, em vez dos 6% previstos na legislação;
• Adicional de 5% sobre os salários para cursos de aperfeiçoamento técnico – profissional;
• Complementação do auxílio doença por 90 dias;
• Estabilidade para pré-aposentado;
•120 dias adicionais de estabilidade para gestante;