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Indústria dá sinais 'titubeantes', diz Fiesp

21:10 | 02/05/2013
O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, disse nesta quinta-feira que, apesar de o Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista ter avançado tanto na série com ajuste sazonal quanto na série sem ajuste, o resultado foi fraco.

"Não há muito a comemorar nem há muito a lamentar." O indicador subiu 1,1% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, e 8,8%, na série sem ajuste. "A recuperação do INA vem ocorrendo, mas a um ritmo não muito forte. Estamos alcançando um INA que já tínhamos alcançado anteriormente." Francini afirmou que março costuma ser um mês que apresenta grande variação positiva. No entanto, a alta de 8,8%, na série sem ajuste, só é melhor, desde 2002, que março dos anos de 2011 (6,3%), 2008 (5,6%) e 2003 (6,9%).

O diretor do Depecon disse ainda que o avançou de 2,4% no indicador acumulado de janeiro a março só é melhor que os anos de 2012 (-5,5%), 2009 (-17,4%) e 2002 (-0,2%). Ele disse que a indústria está em um momento "titubeante". "Quando você acha que vai subir, cai e vice-versa."

Entre os setores, na comparação de março com fevereiro deste ano, o destaque, segundo Francini, ficou por conta dos produtos químicos - onde o índice de atividade subiu 2,3% na série com ajuste e de 10,4% na série sem ajuste. "É uma recuperação após um período de desempenho fraco do setor."

Ele disse ainda que esse setor faz paradas para manutenção no fim do ano e em março volta com força. Francini destacou também os artigos de borracha e plástico, que subiram 1% na série com ajuste sazonal e 3,5% na série sem ajuste. "É um setor supridor da indústria de veículo. Portanto, esse setor anda com certo suporte."

O diretor do Depecon destacou de maneira negativa o setor de celulose, papel e produtos de papel, que recuou 1,3% na série com ajuste, porém avançou 9,1% na série sem ajuste. "Normalmente o crescimento é de dois dígitos." Francini resumiu os dados dos setores dizendo que não há nenhum setor que apresente "tragédia" e nenhum que apresente a "glória".

Sensor

Sobre a confiança dos empresários industriais paulistas, medida na pesquisa Sensor, Francini destacou o item Emprego, que caiu de 52,4 pontos em março para 44,3 pontos em abril. "É preocupante. É um eventual prenúncio de redução de emprego na atividade industrial."

Revisão

Os dados do mês de fevereiro ante janeiro foram revisados. O INA com ajuste, que antes apontava queda de 1,5% passou para estabilidade. O indicador sem ajuste passou de baixa de 2,3% para queda de 0,3%.

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