CNI: Alta da Selic dificulta crescimento da indústria
Para a CNI, a nova elevação da Selic, de 0,50 ponto porcentual, apesar da intenção correta de segurar a pressão nos preços, traz ganhos modestos na contenção inflacionária e impõe mais dificuldades para o setor industrial retomar o crescimento. "Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada", destacou o texto.
Segundo a CNI, o aumento nos juros é ainda mais prejudicial ao setor industrial, justamente o de maior capacidade de recuperação e de contribuição à retomada da economia. "Sem uma participação expressiva da indústria, o País cresce pouco".
Opinião semelhante tem o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Ele avaliou que a decisão do Banco Central está deslocada no tempo. "Não é hora para aumento de taxa de juros", disse, lembrando que a indústria está fraca e que aumento de juros prejudica ainda mais a competitividade do setor produtivo.
"É preciso quebrar paradigmas, o Brasil precisa de um choque de competitividade, investimento e produção, e não da mesmice do aumento de juros", afirmou, destacando que nesta quarta-feira, após a divulgação do fraco desempenho do PIB do primeiro trimestre, de alta de 0,6%, a Fiesp decidiu reduzir ainda mais a previsão para a expansão econômica neste ano, de 2,5% para 2%.