Atualizada às 11h33

Para adquirir os doze produtos da cesta básica, o fortalezense precisou investir R$ 291,08 no mês de abril. O valor é 32,99% maior que no mesmo período do ano passado (R$ 218,87). Para custear a despesa, foi necessário trabalhar 94h27, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)

A capital cearense alcançou a terceira maior variação anual entre as capitais pesquisadas pelo instituto. O percentual só foi superado por João Pessoa (34,11% com a cesta custando R$ 290,96) e Recife (33,21% a R$ 298,35). "A alta nos preços principalmente nas capitais nordestinas é atrelada com certeza à seca", segundo a economista do Dieese Elizama Paiva.

A especialista destacou que os produtos que tiveram maior alta em Fortaleza na série dos doze meses foram tomate (169,78%), farinha (156,78%) e banana (89,68%). No mês, banana (12,12%), tomate (11,79%) e feijão (5,6%) foram os vilões.

Elizama Paiva destacou que chegou à capital uma remersa de tomate de Goiás, mas isso não foi suficiente para baixar os preços. Ela explicou que o alimento vem principalmente da região da Ibiapaba, e a produção está muito baixa.

Já a banana, que vem da região do Jaguaribe, também está apresentando alta em virtude da estiagem. O período de chuvas só deverá ter influência no preço nos próximos dois meses. Já a carne, o produto que tem maior influência no total da cesta, apresentou uma leve queda de 0,56% na comparação entre abril e o mês imediatamente anterior. Elizama explicou que logo que começam as chuvas, os pastos voltam a crescer e o gado volta a engordar.

Outros produtos com leve retração na comparação entre os últimos dois meses foram arroz (-3,77%), farinha (-1,73%), açúcar (-0,52%) e óleo (-2,83%).