Alimentação ajudará IPC-S a fechar mês em 0,50%, diz FGV
Ainda que permaneça em patamar elevado, o grupo foi o destaque desta leitura, ao passar de 1,37% na segunda quadrissemana para 1,13%. Dentro desta classe de despesa, Picchetti chamou a atenção para o comportamento benigno dos in natura, especialmente Hortaliças e Legumes, que contribuíram com -0,03 ponto porcentual para a trajetória do IPC-S. "Uma hora os in natura tinham que começar a devolver a alta. Na verdade, ainda não há recuo de preços, mas essa desaceleração contribuiu para arrefecer o índice como um todo", explicou. Mesmo ainda figurando entre as maiores influências positivas do IPC-S, o tomate, vilão da inflação nos últimos meses, passou de 15,09% para 9,92%.
Sobre uma eventual deflação dos in natura no curto prazo, Picchetti não descartou essa possibilidade. "É difícil fazer essa previsão. Mas, por outro lado, tivemos reação grande de alguns itens, como o tomate. Há uma força de mercado, até pela queda da demanda, que pode fazer com que os preços caiam, mas talvez não na mesma magnitude da alta", afirmou.
Picchetti destacou o fato de vários itens do IPC-S aparecerem com alta menor nessa leitura. Em termos de grupos, só dois dos oito que compõem o índice avançaram: Vestuário (0,40% para 0,56%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,60% para 0,79%). O primeiro foi puxado por roupas (0,54% para 0,78%) e o segundo, por medicamentos em geral (0,91% para 1,43%). Neste caso, a alta, que contribuiu com 0,02 ponto para a trajetória do IPC-S, reflete a influência do reajuste autorizado para os preços de remédios, de até 6,31%, a partir do dia 31 de março. "O impacto deve continuar aparecendo até o início de maio", afirmou Picchetti.
Apesar do alívio visto em vários preços de alimentação, como frango em pedaços (-1,70%), outros preços deste grupo já não têm perspectiva tão favorável, como por exemplo carnes bovinas, cuja deflação perdeu força, ao passar de -2,88% para -2,17%. Na avaliação do coordenador, é pequeno o espaço para manutenção destes preços em queda. "Aos poucos, devem retornar, para estabilidade ou alta", disse.