ONS afirma que reservatórios seguem em recuperação
15:56 | Jan. 21, 2013
A melhora do volume de água armazenado por essas hidrelétricas é uma boa notícia para o setor elétrico brasileiro, já que as usinas do Sudeste e Centro-Oeste concentram aproximadamente 70% da capacidade de armazenamento do País.
Apesar dos sinais claros de melhora, a situação ainda requer cuidados por parte do governo federal. Isso porque o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste ainda está apenas 9,8% acima da curva de aversão ao risco (CAR), que é o patamar mínimo de armazenamento para o atendimento da demanda do mercado com segurança. Além disso, em função do nível de chuvas verificado nas últimas semanas, o ONS reviu para baixo a sua expectativa para os reservatórios das duas regiões ao final deste mês. Hoje, a previsão é de que o volume de água armazenado fique em 36,9% da capacidade na última semana de janeiro, ante a estimativa anterior de 39,1%.
No Nordeste, os reservatórios ainda encontram-se muito abaixo do esperado para esta época do ano. De acordo com o ONS, o nível de armazenamento estava ontem em 29,8% do total , 0,1 ponto porcentual acima dos 29,9% do dia anterior e 2,4 pontos porcentuais abaixo dos 32,2% apurados em 31 de dezembro. No Sul, os reservatórios estavam ontem em 48,9% da capacidade total, 0,5 ponto porcentual acima do patamar de 19 de janeiro e 12,4 pontos porcentuais superior aos 36,5% apurados em 31 de dezembro do ano passado.
Diante desse cenário, o ONS continuará despachando as termelétricas para garantir o abastecimento de energia ao sistema e ajudar a recuperação do nível dos reservatórios. Até o dia 25 de janeiro, a previsão do operador é de uma geração térmica em torno de 13,8 mil MW médios, dos quais 3,6 mil MW médios fora da ordem de mérito (do menor custo de geração para o maior). Esse volume é ligeiramente inferior ao montante programado para a semana passada, que foi de 14,1 mil MW médios, sendo 3,7 mil MW fora da ordem de mérito - vale lembrar que a térmica a gás natural AES Uruguaiana (RS) ainda não retomou a sua operação comercial.
O cenário de instabilidade nos reservatórios continua se refletindo nos preços de energia e nos custos de operação. Com base na expectativa de chuvas menos intensas nesta semana, o ONS elevou o chamado custo marginal de operação (CMO) do sistema para o período entre os dias 19 e 25 de dezembro, de 336,29/MWh para R$ 477,81/MWh, alta de 42,08%. Pela mesma razão, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que o preço de liquidação das diferenças (PLD), referência dos agentes para os preços da energia no curto prazo, subiu 41% em todas as regiões. Com isso, o PLD passou de R$ 339,83/MWh para R$ 479,82/MWh nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, e de R$ 339,83/MWh para R$ 478,49/MWh no Nordeste e no Norte.