Sítio arqueológico com mais de 5 mil anos indica estrutura cerimonial
A descoberta, registrada por equipe de arqueólogos da Universidade de Copenhague, aponta um aglomerado de monumentos funerários de pedra
22:09 | Out. 19, 2025
O sítio arqueológico de Murayghat, na Jordânia, com 5.500 anos, foi palco de mais um achado histórico: uma estrutura cerimonial, datada do início da Idade do Bronze. A descoberta foi publicada em julho de 2025 no periódico acadêmico Levant, após escavação de arqueólogos da Universidade de Copenhague no local.
O trabalho revelou a presença de aglomerados de dólmens, descritos como monumentos funerários de pedra, com 95 vestígios documentados pela equipe. O topo central do sítio contém recintos construídos em pedra e elementos rochosos esculpidos que sugerem um uso cerimonial.
Murayghat é caracterizado por campos de dólmens e estruturas de “pedras em pé”. De acordo com o estudo publicado pela líder do projeto, Susanne Kerner, “o surgimento de tais estruturas visíveis sugere uma mudança nos padrões de sepultamento e na relação dos humanos com a paisagem circundante”.
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O espaço vem sendo estudado (incluindo levantamento e escavação) sob a responsabilidade da Universidade de Copenhague desde 2014.
“Acreditamos que Murayghat nos dá novas perspectivas fascinantes sobre como as sociedades primitivas lidavam com a ruptura construindo monumentos, redefinindo papéis sociais e criando novas formas de comunidade”, diz Kerner.
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Os dólmens de Murayghat, identificados pelos arqueólogos, possuem dois tamanhos: 2-3 m, ou cerca de 4,5 m de comprimento, sendo o maior muito menos numeroso. As estruturas são encontradas ao longo das curvas de nível dos terraços naturais nas colinas.
Entre as pedras isoladas em pé no terreno, a “mais famosa” é a Hadjar al-Mansub, localizada a cerca de 800 m do centro do sítio, mas a menos de 100 m do dólmen mais próximo. O objeto tem atualmente 2,4 m de altura e 1,5 m de largura na base.
A hipótese sugerida pela pesquisa é que os dólmens eram usados para sepultamentos, embora nenhum deles ainda contivesse um sepultado.
A presença de uma arquitetura substancial de tradições mistas, incomum para um local residencial, poderia ser explicada pela união de diferentes grupos, com suas próprias tradições.
A ausência de lareiras e evidências de telhados, segundo apontamento do estudo, também poderia indicar que essas estruturas não eram usadas para habitação.
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