Estudo britânico mostra como experiências traumáticas afetam as pupilas

A pesquisa saiu na edição de julho da revista internacional Biological Psychology

22:55 | Jul. 22, 2020

O teste consistia em medir o tamanho das pupilas dos participantes, enquanto eles eram expostos a imagens (foto: Edimar Soares em 21-06-2013)

Estudiosos da Universidade de Swansea, no Reino Unido, descobriram que as pupilas podem revelar se uma pessoa já passou por experiências traumáticas no passado. Pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) foram o foco da pesquisa. Pessoas que sofrem com TEPT têm tendência a desenvolverem uma maior sensibilidade a acontecimentos do dia a dia, portanto, os cientistas escolheram procurar variações nos olhos de voluntários que tinham ou não o transtorno.

O teste consistia em medir o tamanho das pupilas dos participantes, enquanto eles eram expostos a imagens associadas a coisas e momentos agradáveis, neutros e ameaçadores. O estudo, que saiu na edição de julho da revista internacional Biological Psychology, concluiu que há variações nos tamanhos tanto das pessoas que têm o transtorno, como também para as que não têm, mas possuem traumas.

As pupilas das pessoas com TEPT dilataram muito enquanto observavam cenas ameaçadoras, como também, aumentaram quando foram expostas a cenas positivas. Aimee McKinnon, líder do estudo, afirmou que isso revela que as pessoas com o transtorno estão automaticamente preparadas para receber ameaças e responder com medo os contextos emocionais incertos, o que prova que os traumas devem representar um peso na vida cotidiana dessas pessoas.

Os pesquisadores explicam que o estudo sugere uma atenção também com outras questões envolvendo o cotidiano do paciente e devem ser observados em terapia, não apenas a situação traumática. Aimee ressalta que o terapeutas devem observar também o impacto de estímulos positivos para apoiar os seus pacientes a superarem os desafios que enfrentam.