Comissão de mulheres dá início a acompanhamento psicológico e jurídico de vítimas de Uruburetama

A comissão também irá ao município de Cruz ainda nesta quarta-feira. Haverá uma equipe técnica composta de assistentes sociais e psicólogos

12:06 | Jul. 17, 2019

A comissão se reuniu na manhã desta quarta-feira na Câmara Municipal de Uruburetama. (foto: Aurélio Alves/O POVO)

Uma comissão de mulheres começa, nesta quarta-feira, 17, um acompanhamento psicológico e jurídico das mulheres que foram vítimas de abuso sexual no município de Uruburetama, no Ceará. Os trabalhos não serão restritos a apenas um encontro, devendo continuar com a participação de voluntários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Defensoria Pública, que visitarão a cidade periodicamente, até que a Justiça possa se responsabilizar pelo caso.

Composta por integrantes do Ministério Público do Ceará (MPCE), da OAB e da Secretário da Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), a comissão deve ir aos municípios de Uruburetama e Cruz com o objetivo de abrir um canal de comunicação com as mulheres e incentivá-las a denunciar os crimes.

“Ficamos indignadas quando soubemos que as mulheres sofrem isso há mais de 30 anos e comumente não são ouvidas. Resolvemos fazer essa força-tarefa e vir aqui para dizer para elas que elas não estão sozinhas nessa luta”, afirmou a secretária-executiva da SPS, Lia Gomes.

De acordo com a defensora pública Mônica Barroso, haverá uma equipe técnica de assistentes sociais e psicólogos disponíveis para as mulheres na localidade, além de uma série de especialistas que farão um acompanhamento da parte jurídica.

“Nós estaremos muito atentas aos possíveis inquéritos e processos que tramitarão a partir de agora nesta comarca. A gente sabe o quão pesado isso é para um município pequeno do Interior, muitas das coisas que as mulheres dizem não são ouvidas e o que é ouvido é arquivado”, lamenta a defensora.

“Quem trabalha nessa ramo sabe o quão custoso é para essas mulheres fazer uma denúncia, admitir que foram abusadas ou estupradas. É preciso que elas saibam que elas não estão sozinhas, que nós estamos aqui. Mulheres do mundo inteiro já passaram por isso e conseguiram superar, com ajuda técnica é muito melhor e nós vamos atuar para isso”, frisa Mônica Barroso.

Com informações do repórter Isaac Oliveira, enviado a Uruburetama