Conjunto arquitetônico que foi campo de concentração será tombado

Doze casarões da cidade serão os primeiros campos de concentração a serem tombados no Estado. Eles foram usados para abrigar os flagelados da seca da década de 1930

00:00 | Jul. 04, 2019

Imóvel que serviu de campo de concentração na seca da década de 1930 (foto: Divulgação)

O conjunto arquitetônico formado por 12 casarões, três casas de pólvora, um cemitério e uma barragem serão tombados pela Secretaria da Educação, Cultura e Desporto de Senador Pompeu, a 274,9 quilômetros de Fortaleza. Eles serão os primeiros locais reconhecidos como campos de concentração a serem tombados em todo o Ceará.

O conjunto foi usado, durante a década de 1930, para impedir a chegada dos flagelados da seca na Capital.

A cerimônia de assinatura acontece no próximo dia 20, com a presença do titular da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), Fabiano Piúba, e a celebração de uma missa.

“Esse importante patrimônio estava em ruínas, abandonado e com famílias residindo no local”, aponta o autor do projeto, o prefeito da Cidade, Maurício Pinheiro. Pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Secult deram apoio e auxiliaram a Cidade no projeto.

Para que fosse possível realizar o tombamento a nível municipal uma lei de 2005 foi alterada em 2018. Ela habilitou a Cidade a assumir o tombamento. O campo de concentração está localizado no terreno do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), numa área de 16 hectares. O patrimônio está em ruínas. A ideia da Prefeitura é lançar um projeto para a restauração, com financiamento a partir de parceria público-privada. “A ideia é que ele se torne um centro de turismo na Região”, informou o prefeito.