Criança de 5 anos é salva após cirurgia para tratar aneurisma raro na artéria carótida no Ceará

Transferido do interior para hospitais de Fortaleza, Talyson passou por procedimento de embolização que conteve sangramento grave e garantiu sua recuperação

16:59 | Ago. 11, 2025

Por: Fabrícia Braga
Criança de 5 anos é salvo após cirurgia para tratar aneurisma raro na artéria carótida no Ceará (foto: Reprodução/Sesa)

O que começou como um desconforto aparentemente simples transformou-se, em poucos dias, em uma corrida contra o tempo para salvar a vida de Talyson, um menino de apenas cinco anos de idade. A criança deu entrada na unidade hospitalar sentindo dores no pescoço, perda de apetite e chegou a vomitar sangue.

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Diante do quadro, os pais, Talita Viana, 23, e Antônio Alves, 33, agricultores do Sítio Umburana, em Jucás, no interior do Estado, buscaram apoio imediato na própria região, mas a gravidade dos sintomas exigiu transferência urgente para o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), em Fortaleza.

Ao chegar à unidade, no dia 2 de agosto, o garoto estava debilitado e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ele foi reanimado com sucesso pela equipe da emergência, que iniciou imediatamente os procedimentos para identificar a causa do sangramento intenso.

O diagnóstico definitivo revelou uma condição rara

Exames apontaram que o sangue vinha da nasofaringe, área localizada atrás do nariz. Para conter o quadro, foi realizado um tamponamento nasal de urgência, permitindo que a investigação prosseguisse.

O diagnóstico definitivo revelou uma condição rara: um aneurisma na artéria carótida interna, situação incomum em crianças e de alto risco de morte em caso de rompimento.

O caso exigia intervenção altamente especializada

Devido ao caso, Talyson foi encaminhado ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), onde foi submetido a um procedimento chamado embolização. A técnica consiste em inserir um cateter por uma veia da perna até o local do aneurisma, bloqueando o fluxo sanguíneo com pequenas molas metálicas para evitar novos sangramentos.

Após a cirurgia, a criança retornou ao Hias, onde permanece em observação. A mãe acompanha cada evolução com alívio. “Foi um susto muito grande, mas ver ele reagindo nos dá força. Graças a Deus e aos médicos, vamos superar”, disse Talita.

Para a equipe médica, o caso de Talyson ilustra a importância da atuação integrada do Sistema Único de Saúde (SUS). “Desde o primeiro atendimento no interior até a intervenção na capital, houve rapidez, articulação entre as unidades e cuidado contínuo”, ressalta a médica Rafaelly Carvalho, coordenadora da Pediatria Geral do Hias.