Operação derruba barracas na faixa de areia da Praia do Futuro
O objetivo é retirar construções irregulares para garantir o livre circulação de banhistas e veículos de salvamento, conforme a Secretaria do Patrimônio da União
18:25 | Abr. 29, 2025
Parte das barracas da Praia do Futuro, em Fortaleza, foram derrubadas na manhã desta segunda-feira, 29, em uma ação coordenada pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em parceria com a Prefeitura de Fortaleza. A operação, chamada SPU-Ceará Praia Livre – Fase I, tem como objetivo remover estruturas irregulares faixa de areia, considerada área de uso comum da população.
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Com o auxílio de retroescavadeiras, barracas foram demolidas ao longo da manhã. Segundo a SPU, o objetivo é garantir a livre circulação de banhistas e facilitar o acesso de veículos de emergência e fiscalização.
A operação seguiu orientação do Ministério Público Federal, que recomenda a remoção de obstáculos na faixa de praia e a demolição de construções sem autorização da União.
De acordo com Lia Aderaldo, assessora da SPU, os fiscais se baseiam em uma linha imaginária traçada a partir da torre de observação dos salva-vidas em direção ao mar. Qualquer estrutura que invada essa área pública está sujeita à remoção imediata.
Ainda de acordo com a assessora, não há necessidade de notificação prévia aos responsáveis pelas barracas, já que a ação é respaldada pelo princípio da autoexecutoriedade.
“Esse princípio garante ao poder público o direito de agir diretamente para proteger o patrimônio da União, mesmo sem decisão judicial ou aviso prévio”, explica.
Donos de barracas lamentam prejuízos
Entre as estruturas removidas estavam quiosques de bebidas, barracas de alimentação e serviços de massoterapia. Donos dos estabelecimentos afirmaram que não foram notificados previamente e se surpreenderam com a ação.
A ação pegou muitos trabalhadores de surpresa. Donos de barracas afirmam que não foram avisados sobre a operação e lamentam os prejuízos.
Um barraqueiro, que preferiu não se identificar, disse que depende exclusivamente da renda obtida com a venda de bebidas na praia para sustentar a esposa e as quatro filhas. Ele contou que foi surpreendido ao chegar no local e encontrar seu quiosque demolido.
“Se tivessem avisado, a gente teria se preparado. Tenho quatro filhas, uma família pra sustentar e agora tô desempregado. O certo era eles chegarem antes e explicarem como funciona”, desabafou.
A SPU informou que todo o material retirado ficará sob a responsabilidade da Prefeitura de Fortaleza, que dará a destinação adequada. A operação segue até esta terça-feira, 30.
Com informações da repórter Gabriela Monteiro