Mulheres vítimas de cárcere privado no Crato são transferidas para centro de reabilitação

Permanência das mulheres no local é temporária, até que seus familiares sejam localizados pela prefeitura do Crato

22:32 | Ago. 13, 2021

Mulheres eram mantidas em celas improvisadas e viviam em condições subumanas, segundo a Polícia Civil (foto: divulgação/PCCE - Identidade da vítima preservada)

Pelo menos 17 das 33 mulheres encontradas em situação de cárcere privado em uma clínica psiquiátrica do Crato foram transferidas para um centro de reabilitação privado em Juazeiro do Norte, cidade vizinha. As outras 16 vítimas retornaram ao convívio de suas famílias, segundo informou a Secretaria de Desenvolvimento Social do Crato, que providenciou o transporte das mulheres em vans.

Antes da transferência, uma idosa passou mal e precisou de atendimento médico. No trajeto, elas foram acompanhadas por profissionais do Centro de Referência da Mulher, Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), além da Polícia Militar. Segundo a gestão municipal, as mulheres ficarão abrigadas no novo espaço até que seus familiares sejam localizados. Psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras vinculados ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município prestarão apoio às vitimas durante esse período.

O POVO entrou em contato com a Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos humanos do Ceará (SPS) para saber se o órgão acompanha a situação das vítimas, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria.

O Centro de Reabilitação para onde as mulheres foram levadas funciona desde 2017 e possui registro ativo no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, sob responsabilidade do Ministério da Saúde. O POVO não divulga o nome ou o endereço do local para preservar a identidade das vítimas.

Procurada pela reportagem, a direção do Centro informou que não pode se pronunciar sobre o assunto por motivos de “confidencialidade do caso e preservação da imagem das mulheres”. No entanto, garantiu que as pacientes estão recebendo a assistência necessária de uma equipe multidisciplinar formada por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, terapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas e educador físico.