Professor e fotógrafo cearense é premiado internacionalmente com fotos subaquáticas

Ruver Bandeira, 50, é professor de Geografia na rede pública de ensino, em Fortaleza, e nas horas vagas registra as belezas do universo subaquático Brasil afora

13:14 | Jul. 14, 2021

Ruver Bandeira, é professor de geografia em Fortaleza, além de fotógrafo subaquático premiado internacionalmente. (foto: Ruver Bandeira)

Apaixonado pelo mar desde a infância, o professor Ruver Bandeira, 50 anos, começou na fotografia subaquática pela vontade de compartilhar com o mundo o que ele via nos mergulhos submarinos. Hoje, Ruver acumula um portfólio de registros deslumbrantes do Ceará às Bahamas, no Caribe, além de premiações internacionais e nacionais.

Numa viagem à ilha de Fernando de Noronha, em 1998, Ruver fez o primeiro mergulho subaquático, realizando o sonho de conhecer de perto os encantos da vida marinha.

“Voltei à ilha anos depois, em 2006, e já botei na cabeça que queria fazer um curso de mergulho e também fazer um registro do que estava vendo. Não era só estar ali, queria poder registrar e mostrar para meus amigos, minha família”, relembra em entrevista ao O POVO.

Aos poucos, Ruver passou a investir em material fotográfico, estudando sobre a prática com a ajuda de amigos e por conta própria. Em 2014, já participava das primeiras competições internacionais.

O fotógrafo, que também é professor de Geografia na rede pública em Fortaleza, já perdeu as contas de quantos lugares fotografou. Saindo das praias de Beberibe, no Litoral cearense, as lentes de Ruver já passaram por Bonito (MS), Natal (RN), Recife (PE), Cabo Frio (RJ) e Ilhabela (SP), por exemplo.

Enquanto isso, a rota internacional do cearense inclui Bonaire (Holanda), Curaçao (Caribe), Isla Margarita (Venezuela), San Andres (Colômbia), Cartagena (Colômbia), Flórida (EUA) e Punta Cana (República Dominicana).

De todas as paisagens submarinas, a do México foi a que mais marcou Ruver até agora. "Achei fantástico. O México tem uma diversidade muito grande em relação ao mergulho, que vai desde o mergulho de praia, de ilha e de cavernas. Lá você pode ver tubarão-baleia, tubarão-martelo”, descreve.

No fim do ano, Ruver está de viagem marcada para as Ilhas Galápagos, no Equador. “Está talvez entre os cinco melhores mergulhos do mundo. Tem uma diversidade marinha gigantesca e determinadas espécies são endêmicas da ilha”, comenta sobre as expectativas.


Prêmios

Desde que começou a participar de competições de fotografia, Ruver vem acumulando prêmios. Ele é bicampeão do Prime Brazil (2015/ 2017), o mais importante concurso de fotos subaquáticas a nível nacional. Ficou ainda entre os 50 melhores fotógrafos subaquáticos do prestigiado International 6TH 35Awars 2020, onde concorreu com quase 200 mil fotografias.

O fotógrafo foi ainda medalha de prata no International Mares Underwater Photo Marathon 2019, que considera o mais impactante e difícil na carreira. Para alcançar os melhores cliques, ele revela a fórmula: “Um bom controle de flutuabilidade e sensibilidade, além de técnica”.

Segundo explica, na fotografia subaquática se utiliza uma câmera comum que fica dentro de uma caixa de alumínio naval, que permite manusear o equipamento. O material custa em torno de US$ 7 mil a US$ 10 mil e pode pesar até 12 kg (quilos).

Perspectivas para futuro

Mesmo com todo o reconhecimento conquistado, Ruver afirma que nunca pensou em deixar a docência para viver da fotografia subaquática. “A fotografia para mim é uma paixão, não é uma profissão. Ser professor é o que amo, é uma vocação minha”, destaca.

Apesar disso, ele não descarta os planos de morar fora do Brasil e se dedicar mais ao hobby quando se aposentar das salas de aula, no futuro.