"Robótica Espacial": alunos da rede pública do Ceará participam de projeto piloto

Estudantes vão aprender a montar um robô Rover Lunar, inspirado na missão espacial Artemis da Agência Espacial Americana (Nasa)

17:00 | Mai. 12, 2021

Alunos vão aprender a montar um robô Rover Lunar, inspirado na missão espacial Artemis da Agência Espacial Americana (Nasa) (foto: FÁBIO LIMA)

Oito escolas da rede pública de ensino do Ceará foram selecionadas, entre as 250 instituições do Brasil, para participar do projeto piloto “Robótica Espacial”. O projeto é uma iniciativa pedagógica da Universidade de Brasília (UnB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com apoio técnico da Agência Espacial Brasileira (AEB). Ao todo, cerca de 11 mil estudantes do País, do 6º ao 9º ano, integram o programa, que teve início nessa segunda-feira, 10.

Criado para preparar e despertar os jovens para as novas tecnologias, além do objetivo de reduzir as desigualdades por meio da Educação Digital, o programa, que ocorre de forma remota, disponibiliza uma plataforma pedagógica com simuladores que ensinam conhecimentos teóricos e práticos de robótica. Os estudantes vão aprender a montar um robô Rover Lunar, inspirado na missão espacial Artemis da Agência Espacial Americana (Nasa). Os alunos poderão conhecer o conceito de cada componente, montagem, interligação, configuração e programação até concluírem o projeto final.

Ao todo, oito instituições estão representando o Estado no projeto: Escola Liceu Estadual Professor Domingos Brasileiro (Fortaleza); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE (Campus Aquiraz); Escola de Ensino Médio de tempo Integral Lia Sidou (Sobral); Escola de Tempo Integral Edgar Linhares Lima (Sobral); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE (Campus Sobral – Lavras da Mangabeira); Escola Estadual de Ensino Médio Filgueiras Lima (Jijoca de Jericoacoara); Escola José Teixeira de Albuquerque (Campos Sales) e Instituto Educacional Maria Dulce de Alencar (Campos Sales).

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Para Carlos Augusto Sousa, diretor da Escola Edgar Linhares, localizada no município de Sobral, receber o convite para a instituição participar do programa  foi uma satisfação enorme. A escola, que já vinha trabalhando a educação digital desde a implantação da sala Google, terá 25 estudantes no projeto piloto.

Em 2019, a Escola Edgar Linhares foi a primeira escola da rede pública do município a ter um laboratório Google for Education. No laboratório, os alunos contam com 20 chromebooks e um gabinete de recarga e armazenamento, além de espaço adequado para o desenvolvimento dos trabalhos.

Segundo a estudante Kailene Santos Rufino, do 8º ano, é gratificante poder participar do programa. “Estou aprendendo muito e, principalmente, como as tecnologias são fundamentais na nossa vida. Pretendo chegar até o final do curso e contribuir com a minha escola”, destaca. Para Dávila Vasconcelos, também aluna do 8º ano, fazer parte dos 25 alunos da escola de Sobral e representar o Estado no programa nacional é uma “honra”. “Pretendo aproveitar cada ensinamento oferecido durante o curso”, comenta.

Sobre o projeto


A iniciativa pedagógica partiu da Universidade de Brasília (UnB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o apoio técnico da Agência Espacial Brasileira (AEB), e está sendo executada pela Be Byte, escola de programação e robótica para crianças. As inscrições tiveram início em abril, e a seleção ocorreu por meio da escola de programação.

Os estudantes vão vivenciar, de forma realista, por meio de simuladores, a criação e montagem  do robô “Rover Vehicle ” - inspirado no projeto Artemis, liderado pela Nasa, do qual o Brasil faz parte por meio da Agência Espacial Brasileira.

De acordo com a Be Byte, o projeto tem a finalidade de preparar as crianças e os jovens para as futuras mudanças tecnológicas. “Cientistas e analistas chamam esse processo de a 'Quarta revolução industrial'. As condições de trabalho, em todo o planeta, vão sofrer enormes mudanças. É preciso preparar as crianças e os jovens para este futuro, cada vez mais atual”, diz a descrição do projeto. 

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Ainda segundo a escola de programação e robótica, o Brasil precisa investir em educação, mas uma educação que, também, aponte para o futuro. “Precisamos preparar os jovens inventores brasileiros para elevar o nível de produção científica e patentes nacionais.” 

No curso, as aulas ocorrem de forma remota e combinam teoria e prática, simulando o uso de multímetros, ferramentas mecânicas, motores, microcontroladores, protoboards, leds, sistemas elétricos e módulos Bluetooth. Os alunos conhecerão o conceito de cada componente, montagem, interligação, configuração e programação. Ao final do programa, os alunos deverão montar e apresentar o robô para demonstrarem o conhecimento absorvido. O curso ainda disponibilizará certificado para cada participante.