Governo retoma remoção de areia da CE-010 após autorização judicial; ONGs pedem soluções para preservar dunas

Desde a inauguração da rodovia, em 2018, esta é terceira remoção feita. No ano passado, liminar determinou que não fossem feitas mais remoções no local. Poder Público e organizações ambientais vêm de impasse

21:45 | Jan. 11, 2021

Duna gigante da Sabiaguaba. (foto: Thaís Mesquita/O POVO)

Na manhã desta segunda-feira, 11, a Superintendência de Obras Públicas (SOP) iniciou a remoção de areias das dunas da Sabiaguaba que avançam sobre a rodovia CE-010, abrindo novamente o debate sobre a preservação do meio ambiente. No ano passado, a Justiça chegou a conceder liminar suspendendo os trabalhos no local, que constantemente tem registro de areia no pavimento. Segundo nota da SOP, os trabalhos reiniciaram hoje após autorização judicial e de órgãos ambientais.

O trabalho de um caminhão e um trator nesta segunda foi registrado pelo Fortaleza pelas Dunas e publicado nas redes sociais. O Instituto Verdeluz, um dos integrantes do movimento, pede que sejam criadas "soluções efetivas que não agridam o meio ambiente dessa forma": "Já relatamos várias vezes esse acontecimento aqui nas nossas redes, constantemente fazemos reuniões com os órgãos responsáveis, falamos de propostas, mas infelizmente nenhuma é acatada".

Desde a inauguração da rodovia, em 2018, esta é terceira remoção feita. Outra duas já foram feitas em fevereiro e em novembro de 2019. Ambas foram realizadas “conforme autorizações ambientais”, segundo a SOP. Na liminar de janeiro de 2020, que impediu a remoção, ainda foi solicitada a reparação de danos ambientais ao ecossistema por parte do Estado do Município, além de redução de velocidade na via e sinalização.

À época, o Governo afirmou que o local é "devidamente sinalizado" para avisar condutores da existência da duna. No ano passado, audiências e reuniões foram realizadas entre o Poder Público e as entidades ambientais. As instituições envolvidas afirmaram que um plano de manutenção iria ser apresentado, mas, até o momento, não há indicativo de quando sairá o documento.