Fóssil de dinossauro descoberto em Santana do Cariri é devolvido ao museu da Urca

Encontrado há 12 anos em Santana do Cariri, o fóssil de dinossauro se encontrava guardado com um pesquisador do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

19:42 | Dez. 07, 2020

FÓSSIL foi encontrado em Santana do Cariri (foto: Divulgação/Museu Nacional)

O fóssil da espécie de dinossauro Aratasaurus museunacionali, encontrado em 2008 na mina Pedra Branca, em Santana do Cariri, no Ceará, foi devolvido ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca), nesse domingo, 6. O vestígio histórico pertence à espécie mais antiga de dinossauro já encontrada na Bacia do Araripe, onde a mina é situada, e estava sendo guardado por um dos pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A descoberta do fóssil ocorreu há 12 anos e chegou a ser publicada em revistas científicas internacionais, como a britânica Nature. O vestígio esteve inicialmente em posse de pesquisadores da Urca, mas migrou para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde passou pelas primeiras análises. 

O fóssil foi encaminhado para o Museu Nacional em seguida e permaneceu na instituição até o ano de 2018, quando o patrimônio histórico passou por um incêndio. Ficando entre os objetos que não foram destruídos pelas chamas, o vestígio passou a ser guardado por um dos pesquisadores que trabalhava no local. 

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O fóssil tem entre 110 e 115 milhões de anos e pertence a uma espécime única de dinossauro, que à época ainda não era conhecida por pesquisadores. Em julho deste ano, ela foi apresentada publicamente como Aratasaurus museunacionali, cujo primeiro nome traz uma tradução que é semelhante a "nascido do fogo", em alusão ao incêndio que consumiu o museu onde o fóssil estava guardado.

Um dos responsáveis pela descoberta, o paleontólogo Álamo Saraiva considera que a volta do fóssil para o museu é importante para fortalecer o "turismo científico na cidade". Isso deve ocorrer pelo fato do objeto atrair pesquisadores do mundo inteiro, que pretendem estudar esse tipo de animal histórico.

Características da espécie

As pesquisas realizadas por cientistas apontam que a espécie é do grupo de dinossauros predadores Coelurosauria. Esses animais eram carnívoros, podiam chegar a ter até quatro metros de altura e têm as aves como representantes atuais.

O fóssil encontrado é de um animal jovem, que tem altura estimada em 3,12 metros e um peso equivalente a 34 quilos. Boa parte dos Aratasaurus, segundo paleontólogos, pode ter vivido na região da América do Sul, principalmente no Nordeste do Brasil.

 

Ilustração de como deve ter sido o Aratasaurus museunacionali (Foto: MUSEU NACIONAL)