Polícia investiga se três mortes no Maciço de Baturité seriam em retaliação à prisão de ex-fuzileiro naval

Segundo a Polícia, o estudante de Direito e ex-fuzileiro naval atuava há cerca de 10 anos na região. Bruno Rafael Nascimento Leandro, 30, vulgo "Rafael Finim" foi preso em flagrante por compra de votos na cidade de Redenção

14:25 | Nov. 17, 2020

Coletiva na Superintendência da Polícia Civil sobre a prisão em flagrante de ex-fuzileiro naval por compra de votos (foto: Foto: Ascom/SSPDS)

A Polícia Civil investiga se a morte de três pessoas na região do Maciço de Baturité ocorreu em retaliação à prisão realizada no último domingo, 15. Bruno Rafael Nascimento Leandro, 30, vulgo “Rafael Finim” foi preso em flagrante quando tentava comprar votos na cidade de Redenção, a 62 quilômetros de Fortaleza. Após a prisão dele, que é estudante do nono semestre do curso de Direito, três pessoas foram assassinadas no maciço.

“Percebemos que uma das grandes características desse preso é o poder de articulação. Um preso que tem, pelo menos, uma década de atividades criminosas praticando crimes graves, envolvido em tráfico de drogas, em roubo a banco, em homicídio”, destaca o delegado Márcio Gutiérrez, diretor de Polícia Judiciária Especializada, durante coletiva realizada no fim da manhã desta terça-feira, 17, na Superintendência da Polícia Civil, no Centro.

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De acordo com o delegado, o homem preso estava em liberdade desde 2018, após ser detido no estado de Pernambuco. Ele tinha passagem pela Polícia também em território cearense. Com o preso, foram apreendidos R$ 2.600 em notas de R$ 100 e R$ 50 e celulares. Não há informações se o vereador que ele apoiava venceu a eleição.

Há suspeitas, de acordo com Harley Filho, titular da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de que a atuação do homem preso se deu nas cidades de Acarape, Barreira, Aracoiaba, Redenção, Guaiúba e Baturité. “Existia uma influência no tocante aos crimes violentos e a orquestrar as ações desse grupo criminoso”, diz, informando que o homem preso tinha ligação com organização criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho.

De acordo com o titular da SSPDS, Sandro Caron, foi fundamental a prisão do homem suspeito de compra de votos porque ele, como ex-fuzileiro naval, passou por treinamento com técnicas de guerra com o exército e a marinha.