Caso Gegê e Paca: preso em Moçambique mandante das mortes dos chefes do PCC no Ceará

Segundo a investigação, ele é o responsável pelo envio de diversas toneladas de cocaína para a Europa a partir de portos do País, incluindo o de Fortaleza

23:17 | Abr. 13, 2020

Fabiano Alves de Souza, o Paca, e Rogério Jeremias, o Gegê do Mangue, líderes do PCC mortos em Jenipapo Kanindé, em Aquiraz (foto: Tatiana Fortes em 11/09/2019)

Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho”, foi capturado pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, 13, em Maputo, capital de Moçambique. Ele é o mandante do assassinato que ocorreu no Ceará de dois membros da cúpula da facção criminosa da qual ele é integrante, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi apurada pelo jornal O Globo.

Os mortos eram chefes da ramificação da organização que atua no Ceará. O assassinato dos traficantes “Gegê do Mangue” e “Paca” teria sido motivado por desvio de dinheiro da facção. O crime ocorreu em fevereiro de 2018, em uma reserva indígena do município de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

A operação responsável pela captura do foragido contou com a parceria entre a PF e o Itamaraty, a entidade de Administração de Repressão às Drogas (DEA), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o Departamento de Polícia de Moçambique. Gilberto possuía mandados de prisão em aberto pelo Ministério da Justiça do Ceará e do Estado de São Paulo.

O preso é considerado o maior fornecedor de cocaína da facção criminosa PCC, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para a Europa a partir de portos do País, incluindo o de Fortaleza. Ele estava foragido desde 1999, sendo um dos mais procurados pelo Ministério da Justiça do Brasil. 

Segundo informação do O Globo, o criminoso comandava uma rede de distribuição de cocaína para a Europa, a partir dos portos de Fortaleza, Suape, Itajaí e Santos. Ainda segundo o jornal, esse esquema de tráfico de drogas também possui atuação na Bolívia e no Paraguai.

“Fuminho” também seria responsável por idealizar e financiar um plano de fuga para o líder da facção criminosa a qual ele integra. O preso conhecido como “Marcola” está recolhido ao Sistema Penitenciário Federal.

Segundo a PF, a descoberta do plano se deu devido a troca de informações entre unidades de investigação de diversos estados que resultou na implementação do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A medida autoriza a atuação das Forças Armadas, que foram convocadas para reforçar a segurança no entorno da Penitenciária Federal de Brasília em fevereiro de 2020.