Acusado de crimes sexuais, ex-prefeito de Uruburetama vai para prisão domiciliar

O pedido da defesa se baseia na crise provocada pelo novo coronavírus e no quadro de saúde do cliente, segundo os advogados que o defendem

18:43 | Abr. 01, 2020

José Hilson de Paiva foi eleito prefeito de Uruburetama em 2016 (foto: Fábio Lima)

Preso após série de crimes sexuais praticados durante consultas ginecológicas, o ex-prefeito de Uruburetama, José Hilson de Paiva, teve prisão preventiva substituída por prisão domiciliar, e será monitorado por tornozeleira. A decisão foi proferida nesta quarta-feira, 1º, por juízes das comarcas de Uruburetama e Cruz.

O pedido da defesa se baseia na crise provocada pelo novo coronavírus e no quadro de saúde do cliente, segundo os advogados que o defendem. O político de 70 anos estava na Unidade Prisional Irmã Imelda, O Povo em Aquiraz.

Decisões similares foram tomadas pelo País em razão da pandemia do novo coronavírus. Uma das mais recentes contemplou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O benefício foi concedido pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba. A magistrada substituiu Moro na condução das condenações em primeira instância da Lava Jato.

Pedido negado em fevereiro

Antes de a Covid-19 ter sido categorizada como pandemia, ou seja, ter se espalhado pelo mundo, a defesa de Hilson já havia solicitado a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar. À época, o argumento de Leandro Vasques, um dos advogados que o defendem, foi de que os crimes de assédio sexual e estupro não eram contemporâneos ao período da prisão.

Na argumentação, a defesa adicionou ainda que Hilson precisava da substituição do modelo de prisão para tratamento médico. O pedido foi negado pela 3ª Câmara Criminal Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).