Defesa de prefeito afastado de Uruburetama diz que cliente é vítima de perseguição política

Segundo advogado do médico, ele já vinha recebendo chantagens para deixar o cargo

22:37 | Jul. 17, 2019

Defesa acredita que prefeito de Uruburetama acusado de abuso sexual é vítima de perseguição política. (foto: Aurélio Alves/O POVO)

Francisco Pinheiro Neto, um dos advogados de defesa de José Hilson de Paiva, prefeito de Uruburetama acusado de abuso sexual, disse que as denúncias contra o médico podem estar sendo motivadas por perseguição política. Segundo ele, o político já vinha recebendo chantagens para deixar o cargo.

De acordo com ele, as ameaças tiveram início em março do ano passado, quando começou a circular entre os moradores da região um vídeo onde o prefeito aparecia mantendo relação sexual, aparentemente consensual, com uma paciente em seu consultório particular. Na ocasião, o advogado de José Hilson afirmou que, antes dos vazamento das imagens, quatro pessoas entraram em contato com o médico afirmando que iriam divulgar o vídeo caso ele não deixasse o cargo.

Segundo Pinheiro Neto, os vídeos veiculados no último domingo, 14, pela TV Globo, mostrando, parcialmente, os abusos, não são recentes. "Se você comparar o prefeito de hoje com o dos vídeos, observa-se uma diferença de 10 ou oito anos. São bastante antigos e primitivos", diz.

Ele também que afirma que, por conta disso, as imagens não poderiam ser utilizadas como prova contra o prefeito. "Ninguém está acusando ninguém, mas possa ser que haja algo por trás, uma questão política. Esse vídeo surgiu e logo depois outros surgiram também".

O advogado também afirmou que pediu acesso a todos os vídeos que mostravam os abusos para poder analisar a tipificação que teria cada um deles. "Isso é muito importante. Muitas vezes por um detalhe muito pequeno, podemos ver diferenças enormes", afirma.

Além disso, a defesa, no momento, também trabalha para recorrer da decisão da Câmara Municipal da região, que decidiu afastar o prefeito do mandato por 90 dias.

Com informações do repórter Isaac de Oliveira, enviado a Uruburetama