TV 3.0 no Brasil: entenda o que é, quando chega e qual o preço
A "televisão do futuro" tem previsão para entrar no ar à tempo da próxima Copa do Mundo, em junho de 2026. Conheça o serviço aberto e gratuito
13:00 | Set. 06, 2025
A TV 3.0, a chamada “televisão do futuro” pelo seu serviço tecnológico inovador, foi regulamentada em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 27 de agosto.
Com previsão de chegada para junho do próximo ano, o serviço será aberto e gratuito. A novidade é uma adaptação da era digital com serviços de internet integrados à transmissão de sons e imagens, além de uma possibilidade de interação entre a programação e telespectadores, por exemplo.
Os novos aparelhos da TV 3.0 deverão vir de fábrica. Ao contrário das atuais Smart TVs, a primeira tela deverá apresentar um catálogo de canais abertos, devolvendo o seu protagonismo.
O Brasil será o primeiro país das Américas a implantar a nova tecnologia, sendo o seu lançamento também uma “questão de soberania nacional”, segundo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira.
TV 3.0: o que é e quais são as suas inovações
O nome foi originalmente anunciado pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre em agosto de 2024, com o nome Digital Television+ (DTV+).
A TV 3.0 vem da atualização das televisões: a primeira, do modelo TV 1.0, era da versão preto e branco, enquanto a segunda, a TV 2.0, veio com cores e a internet. O diferencial do novo modelo é uma maior acessibilidade de interação com o público pela sua personalização.
Mesmo sendo uma televisão que prioriza o uso mais acessível da internet, não é obrigatória. Ela serve para oferecer uma experiência ainda mais completa.
O serviço também se diferencia das Smart TVs mais modernas por priorizar os canais abertos, sendo a “televisão aberta da era digital”, segundo o executivo Raymundo Barros, diretor de Estratégia de Tecnologia da Globo e presidente do Fórum Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD).
Confira as inovações da TV 3.0:
- Televisão aberta, gratuita e com acesso à internet: possibilitará o uso se aplicativos interativos a partir da oferta de serviços de internet com a transmissão inovadora de sons e imagens;
- Maior interatividade e personalização: compras feitas pelo controle remoto, votações em tempo real, conteúdos estendidos, serviços de governo digital e alertas de emergência são alguns dos serviços possíveis. A personalização também estará presente nas propagandas emitidas para cada usuário;
- Maior visibilidade aos canais abertos: as televisões atuais dão prioridade aos aplicativos mais demandados ao se conectarem à internet;
- Interface baseada em aplicativos: os canais estarão ofertados como um catálogo de aplicativos, identificados por seus respectivos ícones da emissora. Além disso e do sinal aberto transmitido em tempo real, poderão oferecer conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e outras possibilidades;
Para trocar o seu atual modelo por uma TV 3.0, é necessário um conversor específico, como caixas conversoras, instalados no novo aparelho. A previsão é que, no futuro, a tecnologia já esteja embutida nos aparelhos.
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TV 3.0: por que será lançada em 2026?
Mesmo com o anúncio do nome feito em 2024 e a aprovação nos últimos dias, o novo modelo tem lançamento previsto para junho de 2026, antes da Copa do Mundo.
A demora se dá por se tratar de uma migração tecnológica gradativa, começando pelas grandes capitais. A transição total para a televisão está prevista para o período de 15 anos.
Uma das propostas para o desenvolvimento da nova tecnologia é a de impulsionar a retomada da relevância da TV, que está perdendo palco para o streaming.
“Não serão mais apenas canais, mas aplicativos. É a mesma experiência, por exemplo, que você tem no YouTube ou numa plataforma de streaming”, explica Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).