Mãe descobre troca de bebês 10 anos depois e famílias serão indenizadas

Hoje com 17 anos, os meninos que foram trocados decidiram seguir vivendo com as famílias afetivas. Saiba mais sobre o caso

06:00 | Dez. 10, 2023

Por: Mariana Fernandes
Bebês trocados na maternidade; famílias receberão indenização. (Foto de apoio ilustrativo) (foto: Pixabay/ Pexels)

Dois bebês foram trocados na maternidade municipal da cidade de Cabedelo, em João Pessoa, na Paraíba. Uma das mães descobriu o equívoco somente dez anos depois, quando a criança precisou tirar o RG. 

Os pais de uma das crianças descobriu a troca quando decidiram fazer o documento de identidade do filho e precisaram informar o tipo sanguíneo dela, informou a defesa da família ao G1 Paraíba. Entenda a história.

Mãe descobriu troca de bebês em exame sanguíneo

No exame, a família descobriu que o menino tinha um tipo sanguíneo incompatível com a mãe e o pai. A família buscou um advogado e deu entrada em uma ação na Promotoria de Justiça de Cabedelo. A investigação durou três anos.

Várias crianças que nasceram na mesma maternidade foram submetidas a exames de DNA. A segunda criança trocada foi localizada apenas três anos depois.

Segundo o advogado das famílias, a principal hipótese é que a troca tenha ocorrido durante o banho das crianças. Após o parto, uma enfermeira levou o bebê para dar um banho, nesse momento teria acontecido a troca.

As mães, sem terem tido contato visual bem definido com os bebês, não perceberam a troca.

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Famílias serão indenizadas mais de dez anos depois

O município de Cabedelo foi condenado a indenizar as duas famílias por danos morais após ser constatada a troca das crianças. Inicialmente, as famílias pediram uma indenização de R$ 100 mil para cada uma.

Entretanto, em novembro de de 2022, uma sentença julgou procedente o pedido para condenar o município e fixou a indenização de R$ 40 mil para cada.

A decisão foi mantida pela Quarta Câmara Especializada Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, nessa quarta-feira (6/12). O relator do processo, o desembargador João Alves da Silva, defendeu que a troca de bebês na maternidade é causadora de danos morais.

Bebês trocados após o parto vivem com as famílias afetivas

Hoje os dois meninos que foram trocados têm 17 anos. Ambos continuam vivendo com as suas respectivas famílias afetivas.

"Até hoje as crianças têm dificuldade de relacionamento com os pais biológicos e cada criança permanece vivendo com suas famílias afetivas", afirma o advogado Rodrigo Clemente. "Depois de 17 anos vivendo com as famílias afetivas, é natural que cada um queira permanecer onde está afetivamente."