Museu paulistano abre exposição para lembrar 100 anos da Semana de 22
20:37 | Jun. 02, 2022
Um labirinto, diversas possibilidades de caminhos para a modernidade. Foi com essa perspectiva que o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo inaugurou, nesta quinta-feira (2), mais uma exposição em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna, celebrado em fevereiro deste ano.
Chamada de Cem Anos Modernos, a cenografia da exposição foi preparada como um labirinto, permitindo muitas possibilidades de visitação. Ela tem início com uma porta giratória, instalada no primeiro andar do museu. A partir daí, o visitante escolhe seu percurso para adentrar na modernidade cultural brasileira. A ideia é que cada pessoa que visite a exposição construa sua própria saída do labirinto. A curadoria é de Marcello Dantas e de José Miguel Wisnik.
“Essa exposição parte do conceito de tentar enxergar, retrospectivamente, não o que foi a Semana de 22, mas conectado ao que ela deixou de legado transformador dentro da arte brasileira”, disse Dantas, em entrevista coletiva na abertura da mostra. No labirinto vão surgindo tanto nomes de artistas e intelectuais que participaram da semana, como Oswald de Andrade e Heitor Villa-Lobos, quanto personalidades mais contemporâneas como Elza Soares, Emicida, Glauber Rocha e Ariano Suassuna.
Cada sala apresenta um conceito e passa a revelar a multiplicidade da cultura brasileira. Em uma das salas, o artista indígena Denilson Baniwa rediscute o movimento antropofágico, fazendo uma releitura do livro Macunaíma, de Mario de Andrade, um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna. “Que desta longa digestão renasça Makünaimî e a antropofagia originária que pertence a nós, indígenas”, diz texto escrito pelo artista e que acompanha reprodução de sua obra.