Chão de bairros em Alagoas afunda e exploração de empresa petroquímica é apontada como culpada

Desde 2018, milhares de pessoas já saíram de suas casas por conta da instabilidade nos terrenos

07:45 | Abr. 30, 2021

Moradores fizeram manifestação para serem indenizados (foto: Redes Sociais/Reprodução )

Bairros de Maceió, em Alagoas, sofrem com um fenômeno geológico que causa um afundamento do solo. A ação é efeito da exploração durante décadas do minério sal-gema pela empresa petroquímica Braskem, como consequência de problemas na selagem dos poços explorados. Nesta quinta-feira, 29, moradores do bairro de Bebedouro fecharam um importante cruzamento para exigir indenização para a troca segura de endereço e sanar os problemas geológicos.

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Além do afundamento do solo, os efeitos geológicos também causam tremores e rachaduras nas casas e nas vias públicas. Desde 2018, os moradores de bairros atingidos receberam instrução de realocação. Em 2020, a Braskem concordou em um Programa de Compensação, que pagaria R$ 2,7 bilhões para a troca de endereço dos afetados e para sanar os problemas geológicos.

De acordo com o portal Metrópoles, até o momento, mais de 17 mil pessoas que viviam no bairro do Pinheiro já foram realocadas. No entanto, moradores dos bairros vizinhos, como Mutange, Bom Parto e Bebedouro, também foram atingidos pelos afundamentos em seus terrenos, mas não foram indenizados.

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Servidores da Prefeitura de Maceió se dirigiram ao local do protesto para conversar com representantes e uma reunião foi marcada. Em nota, a empresa informou que “tem mantido diálogo permanente com as autoridades públicas, na busca das melhores soluções para os moradores e comerciantes atendidos pelo Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação. A empresa vem cumprindo o acordo assinado em janeiro de 2020 e todos os dados vêm sendo apresentados às autoridades”.