Ronaldinho Gaúcho sai da prisão e permanecerá em hotel no Paraguai

Acompanhado de seu irmão, Ronaldinho cumprirá prisão domiciliar

07:16 | Abr. 08, 2020

Paraguai, 07 de março de 2020, O jogador de futebol aposentado brasileiro Ronaldinho (R) chega ao Palácio da Justiça de Assunção para comparecer perante um promotor público que decidirá se lhe concederá fiança ou não após sua entrada irregular no país, em Assunção, em 7 de março de 2020. - Ex-futebol brasileiro O astro Ronaldinho e seu irmão foram detidos no Paraguai depois de supostamente usar passaportes falsos para entrar no país sul-americano, disseram autoridades nesta quarta-feira. (Foto de Norberto DUARTE / AFP) (foto: Norberto DUARTE / AFP)

Um juiz paraguaio concedeu prisão domiciliar ao ex-craque Ronaldinho Gaúcho, que deverá continuar a responder ao processo por uso de passaporte adulterado em um hotel de Assunção, informaram fontes judiciais nesta terça-feira.

"A medida alternativa corresponde a Ronaldinho e a seu irmão, que continuarão presos em um hotel. Tenho o registro da aceitação dos gerentes do hotel para que, às suas próprias custas, permaneçam em prisão domiciliar lá", disse o juiz Gustavo Amarilla em uma coletiva de imprensa.

A dupla ficará no Hotel Palmaroga, de estilo colonial, recentemente inaugurado com 107 quartos e instalações de alto nível.

Ronaldinho cumpriu um mês de prisão na na Agrupação Especializada de Assunção. A medida também beneficia o irmão Roberto de Assis Moreira.

Os advogados de defesa pagaram fiança no valor de 1,6 milhão de dólares para os dois brasileiros.

Amarilla, juiz garantista, aceitou a quantia oferecida e ordenou a libertação do ex-craque do futebol mundial da prisão.

Devido à epidemia de coronavírus, o juiz comunicou sua decisão ao acusado por celular na presença do promotor e da defesa.

Em sua decisão, o juiz destacou que os promotores não apresentaram mais elementos para ampliar a acusação, após perícia nos celulares da dupla.

"Os promotores também avaliaram que a fiança real foi significativa".

O dinheiro foi depositado em dólares no Banco Nacional de Fomento (estatal) em nome do tribunal. "Em caso de fuga, estão estabelecidas as garantias jurídicas para que este dinheiro vá para o Estado", destacou o juiz.

"São fundos próprios de Ronaldinho. É um dinheiro que ele tinha no exterior, na Europa exatamente", revelou o juiz.

Amarilla reafirmou que "eles não poderão sair do país, independentemente da prisão domiciliar", mas deu a entender que nos próximos dias a situação da dupla deve melhorar, já que a promotoria não ampliará a denúncia contra Ronaldinho e Assis.

Ronaldinho chegou em 4 de março e foi recebido com entusiasmo por cerca de duas mil crianças e adolescentes no Aeroporto Internacional de Assunção, com uma agenda destinada a ajudar crianças desamparadas por meio de uma fundação chamada Fraternidade Angelical.

Ao chegar ao terminal, ele e seu irmão e um empresário brasileiro que os acompanhava mostraram passaportes paraguaios reais, mas com conteúdo falso, às autoridades de imigração. A pena deve chegar a cinco anos de prisão.

Ambos alegaram que os documentos lhes foram entregues de presente pela empresária que os convidou para vir ao Paraguai, chefe da fundação humanitária, até o momento foragida.

Pela causa, outras 14 pessoas foram indiciadas e forçaram a renúncia do diretor de Migração.

A investigação tributária busca determinar em que contexto os documentos falsificados foram emitidos e qual o objetivo de seu uso no Paraguai, ambos tendo processado sua própria documentação brasileira.

O juiz Gustavo Amarilla anunciou que Ronaldinho e seu irmão vão ficar em um hotel na rua central de Palma de Assunção.

O ex-jogador da seleção brasileira fez 40 anos no dia 21 de março, quando estava preso na capital paraguaia.