Arara-canindé resgatada recebe implante inédito de bico em Mato Grosso do Sul

O prognóstico é de que a arara volte à vida na natureza em até dois meses; até lá, ela será tratada e acompanhada pelos profissionais responsáveis

15:07 | Mar. 06, 2020

Arara-canindé com bico implantado em procedimento inédito realizado em MS. (foto: Imasul/Divulgação)

Uma arara-canindé adulta recebeu um implante de bico por meio de procedimento cirúrgico inédito no último dia 29, em Campo Grande. A ave foi resgatada com ferimentos graves pela Policia Militar Ambiental (PMA) de Mato Grosso do Sul, e precisou de implante para repor o bico gravemente ferido. A suspeita é de que a arara tenha sido atropelada na região urbana da cidade.

A cirurgia foi realizada por veterinários do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras). Ao Instituto de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (Imasul), o veterinário Lucas Cazati explicou que o objetivo de toda a cirurgia era tirar o animal da situação de risco. "Ela chegou com muito sangramento e desde a sua entrada no Cras. Realizamos todo um procedimento que nos permitiu um diagnóstico favorável à cirurgia”, contou.

O veterinário informa que a equipe já havia realizado pequenas cirurgias de reparo de casco de jabuti, mas a do bico da arara foi mais complexo. Eles utilizaram um bico de outro animal já falecido: recortaram o bico, ajustaram com resina de dentista e o fixaram com parafusos ortopédicos, para que a arara possa se alimentar e sobreviver normalmente.

O procedimento durou 1h30min e envolveu uma equipe de sete pessoas, entre elas veterinários, biólogos e zootecnista. A ave segue em tratamento e está sendo acompanhada pelos profissionais. No processo de adaptação, será alimentada com alimentos mais macios, como mamão e outras frutas. O prognóstico é de que ela possa voltar à natureza em até dois meses.

A realização do procedimento incentivou a criação de um “banco de bicos” para atender aves vítimas do mesmo ferimento. “Também vamos compartilhar essa experiência com a comunidade científica, por meio de um artigo científico”, conclui o veterinário do Cras. As informações são do portal G1MS.