Pedro Bial critica documentário Democracia em Vertigem: "Ficção alucinante"

Apresentador classificou o filme de Petra Costa, concorrente ao Oscar 2020, como "uma mentira" em entrevista a programa de rádio

10:44 | Fev. 04, 2020

Por: Bemfica de Oliva
Cineasta Petra Costa, diretora de Democracia em Vestígio (foto: Divulgação)

O jornalista Pedro Bial, atualmente apresentador do programa Conversa com Bial na Rede Globo, teceu críticas ao documentário “Democracia em Vertigem”, da cineasta Petra Costa. Segundo Bial, as ideias do filme não se encaixam: “É um ‘non sequitur’ atrás do outro”, disse, utilizando expressão em latim que significa “não se segue”. A entrevista foi concedida à Rádio Gaúcha. 

Ele afirma ainda que o documentário é como “uma menina dizendo para mamãe dela que fez tudo direitinho”, e que implica que a esquerda não precisaria fazer autocrítica. Segundo Bial, a ideia passada pelo filme é de que “foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível”. Ele afirma que sua visão é uma “leitura psicanalítica” do conteúdo.

Bial pontua, porém, que o filme é tecnicamente bem executado, e que um documentário deve representar a visão de seu autor sobre os acontecimentos, e não tem necessariamente um apelo de verdade universal. Segundo ele, não deve haver nesse tipo de obra um compromisso “com o senso comum ou com a visão estabelecida sobre determinado fato”.

Página do Governo Federal ataca cineasta

Além das críticas de Pedro Bial, Petra Costa foi alvo de um ataque por parte do perfil da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). No Twitter, o órgão publicou mensagem, em inglês, chamando a documentarista de “ativista anti-Brasil”.

Segundo Henrique Araújo, colunista de O POVO, a publicação poderia estar relacionada a uma entrevista concedida por Petra ao canal estadunidense CBS, em que afirma que Bolsonaro, enquanto candidato nas eleições de 2018, teve crescimento às vésperas da votação, apesar de o atual presidente ter liderado as pesquisas de intenção de voto desde o início.