Barragem de Brumadinho não estava entre as mais de 50 sem garantia de estabilidade em Minas Gerais

Segundo o governo de Minas, sete mortes foram confirmadas

00:03 | Jan. 26, 2019

Segundo declarou ao El País Guilherme Meneghin, promotor do caso de Mariana, os dados mostram o desconhecimento do risco no estado. "Cidades inteiras podem desaparecer de uma hora para outra". (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)(foto: (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação))>

A barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, que se rompeu na tarde desta sexta-feira, 25, não estava entre as mais de 50 barragens sem garantia de estabilidade do estado.

Segundo o governo de Minas, sete mortes foram confirmadas. Conforme a nota divulgada, nove pessoas foram retiradas da lama com vida e mais 100 que estavam ilhadas também foram resgatadas.

De acordo com o jornal Estado de Minas, Andressa Lanchotti, procuradora de Justiça e membro da força-tarefa Rio Doce, informa que quase 10% das cerca de 400 barragens de rejeitos do estado precisam ser monitoradas de perto. Os perigos de ruptura explicam o diagnóstico.

A líder da operação que cobra providências após o rompimento da Barragem do Fundão diz que não pode dar certeza se existem outras na mesma situação, apesar de utilizar-se de estudos sobre as estruturas. “Usamos o inventário da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), estudos técnicos do MP com indicadores de quais estruturas estão em risco, dados estatísticos de processos, inquéritos civis e chegamos ao número de 37 barragens”, afirma a procuradora.

Existem leis em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que garante o controle na instalação desses empreendimentos, mas Lanchotti destaca que o processo de aprovação na AL precisa ser agilizado.

O ocorrido dá prosseguimento ao histórico de rompimentos de barragens em Minas Gerais. Em 2001, a de Macacos, em 2007, a de Miraí, e em 2015, a de Mariana. "Isso só mostra que não temos noção do tamanho do risco que há em Minas Gerais. Cidades inteiras podem desaparecer de uma hora para outra", afirma Guilherme Meneghin, promotor responsável pelo caso de desastre de Mariana, ao El País.