Homem se emociona com atitude honesta de criança e história viraliza

João Cândido da Silva Neto, de 57 anos, estava a trabalho e se deslocou até a casa do menino para cortar a luz em razão de atraso e falta de pagamento da conta

11:56 | Out. 19, 2017

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[FOTO1] Na pequena cidade de Santo Antônio da Platina, norte do Paraná, a honestidade de uma criança emocionou um funcionário da Companhia Paranaense de Energia. O caso aconteceu no último dia 9 e publicado pelo próprio funcionário em sua rede social no último sábado passado, 14. A publicação já ultrapassou a marca dos 77 mil compartilhamentos. 
 
João Cândido da Silva Neto, de 57 anos, estava a trabalho e se deslocou até a casa do menino para cortar a luz em razão de atraso e falta de pagamento da conta. Ao chegar no local, a mãe, uma senhora, pediu que não cortasse pois seu dinheiro sairia no dia 9. O homem então, alertou que aquele dia era o dia 9 e informou que teria mesmo que fazer o desligamento, entretanto, se ela fizesse o pagamento, no mesmo dia ele voltaria para religar. E assim ficou combinado até que, antes dele sair, três crianças se aproximaram  do funcionário e pediram R$ 1. João Neto não tinha moedas e acabou dando ao menino uma cédula de R$ 5, pedindo-lhe que dividisse o dinheiro com os irmãos. 
 
No fim do dia, o pagamento da conta havia sido feito e o pedido de religação solicitado. Conforme o prometido, o homem, então, voltou ao local para 'devolver a luz' àquela família. Chegando na casa, as crianças foram até o homem e um deles devolveu o troco de R$ 2. João Neto, sem entender, questionou o motivo de estar recebendo aquele dinheiro e o menino perguntou: "Não era um real pra cada um?".
 
A atitude do menino, citado no texto como Eugênio, emocionou João Neto. "Pois é, minha gente... No momento em que nosso País vive uma monstruosa crise moral, onde as instituições governamentais estão todas contaminadas pela ladroagem, rapinagem, farolagem e corrupção, me aparece um menino todo sujo e me faz crer que nosso País ainda tem jeito", disse. 

Confira a história na íntegra:
 
AINDA BEM QUE VOCÊ VEIO!
Por: João Neto
- Vc vai cortar a luz, moço? Perguntou a mulher sentada num banco de madeira, acompanhada por 3 crianças descalças.
- Sim, respondi.
- Tudo bem, estou com duas atrasadas, mas só recebo dia 9.
- Mas hoje é dia 9, ponderei.
- Sério? 
- Sério, e se a senhora pagar hoje é só pedir a religação que antes das 6 eu volto!
- Combinado, disse ela!
Pra mim o "corte" é uma atividade desagradável, em qualquer circunstância, apesar de obrigatório, e se a família for pobrezinha é mais doído ainda: a tal atividade "culposa" (sem intenção de cortar!).
Antes de sair, enquanto encerro o serviço no tablet, as 3 crianças se aproximam e pedem:
- Moço, vc tem 1 real?
Sem moedas no bolso, abri a carteira e encontro uma solteira nota de 5 reais... Entrego pro menino e ordeno:
- É pra vc repartir com suas irmãzinhas.
Ele balançou a cabeça positivamente, e falou: "tábão"!
Fui embora pensando nas crianças pidonchando, mas, vida que segue!
Bem de tardezinha caiu a religação da casinha de madeira torta... Segui pra lá... Eu tinha o dever de devolver luz para aquela criançadinha, era, pra mim, o momento da redenção.
Ao ouvir o barulho da camionete, todos saíram eufóricos. O menino (Eugênio) vem até mim e diz todo alegrinho:
- Ainda bem que vc veio!
Pensei que tivesse feliz pela luz... Só que não... Ele abre sua mãozinha suja e suada e exclama:
- Toma seu troco!
Naquele instante, ao me devolver 2 reais "Geninho" estava me mostrando o maior exemplo de honestidade e responsabilidade que eu já tinha visto na vida.
- Não, não quero troco... Era tudo de vcs!
- Mas não era 1 real pra cada um? Perguntou!
- Pode ficar pra vcs!
Pois é, minha gente... No momento em que nosso país vive uma monstruosa crise moral, onde as instituições governamentais estão todas contaminadas pela ladroagem, rapinagem, farolagem e corrupção, me aparece um menino todo sujo e me faz crer que nosso país ainda tem jeito!
Às vezes a gente chora de alegria!
Hoje, definitivamente, vou dormir feliz!
Bom final de semana, Eugênio!
 
 
Redação O POVO Online