Obelisco é coberto com camisinha gigante para estimular prevenção à aids
17:46 | Ago. 02, 2014
"Na década de 90, havia mais campanhas voltadas para os segmentos mais vulneráveis. Isso acabou, porque as organizações não governamentais não conseguem mais fazer seus trabalhos, e o governo não vem aplicando os recursos relacionados. A informação precisa sempre estar sendo realimentada. As gerações vão passando e vivenciando uma liberdade maior. Hoje, se fala de sexualidade de uma forma muito mais ampla do que se falava antigamente. As pessoas estão transando mais e não estão se cuidando", defendeu o diretor do Grupo Arco Íris, Júlio Moreira.
Ele criticou o fato de campanhas voltadas a jovens gays e prostitutas não terem ido adiante. "É necessária uma política específica para esses segmentos. É preciso dialogar em uma linguagem que as pessoas vão compreender. Se você for falar para jovens gays, tem que ser uma linguagem que eles compreendam. Não adianta pasteurizar tudo e não atingir o público-alvo", explicou, que também aponta a dificuldade das organizações cumprirem exigências de editais públicos para fazer campanhas. "A gente tem dificuldades em fazer um trabalho de longo prazo e mapear essa comunidade, para ter uma continuidade na ação".
Membro da secretaria executiva do Fórum de ONGs/Aids, Renato Da Matta aponta que setores conservadores e grupos religiosos contribuíram para enfraquecer as campanhas e a discussão do tema nas escolas. "Estamos vendo jovens de 13, 14 anos se infectando e não podemos entrar nas escolas e falar sobre isso. O Brasil está criando uma nova geração de infectados pela aids", alerta.
Preconceitos em relação à doença também são responsáveis pela desinformação, segundo Da Matta. Para ele, a doença foi banalizada por parte da população. "As pessoas perderam o medo da aids. Hoje, elas têm a ideia de que você toma um remedinho e fica tudo bem. Não é assim. A aids é considerada uma doença crônica degenerativa".
Agência Brasil