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Jungmann atribui execução de Marielle à atuação das milícias

2018-04-17 01:30:00
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As investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes apontam para o envolvimento da milícia, disse ontem o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele afirmou que entende a urgência, mas citou que outros casos críticos, como o assassinato da juíza Patrícia Acioli e a morte do pedreiro Amarildo, na Rocinha, levaram mais de dois meses para serem concluídos.

 

“Eles estão com uma pista fechada e têm caminhado bastante. A mais provável hipótese remete o crime à atuação de milícias no Rio de Janeiro”, comentou o ministro, ressaltando o empenho da polícia em elucidar o fato. “O caso da Marielle tem 30 dias. Entendo a urgência, entendo o impacto do que aconteceu, mas lembro que o chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, era amigo pessoal daMarielle. Ela fazia a ponte entre o (deputado estadual) Marcelo Freixo e as milícias”, disse.

Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos na noite do dia 14 de março, na região central da capital carioca. A vereadora era militante do movimento negro e de direitos humanos. Durante o mandato no Rio, realizou denúncias de violência policial contra moradores de favelas.

A viúva de Marielle, Mônica Benício, disse ontem que a família não quer “qualquer resultado” das investigações, mas a verdade. “Aguardaremos o tempo necessário para termos a verdade. Não temos dúvidas de que chegaremos ao resultado correto e justo. São dois momentos diferentes, o da nossa angústia e o das investigações”, afirmou Mônica após uma reunião com Rivaldo Barbosa.

 

O deputado estadual do Rio Marcelo Freixo (Psol) participou da reunião e disse que não se deve esperar o fim do inquérito para breve. “A Polícia Civil entende que a angústia da família é diária, e a família entende que o tempo da investigação é diferente. Não adianta a gente achar que a investigação vai atender à nossa velocidade”, argumentou.

 

O deputado, alvo de ameaças há dez anos, desde a CPI das Milícias — que resultou na prisão de líderes milicianos e indiciou cerca de 200 pessoas —, disse que não recebeu ligações especificamente após a morte de Marielle. Ontem, dois policiais que fazem sua escolta foram requisitados pela PM para recomposição do efetivo. Freixo tenta reverter a situação com a Secretaria da Segurança do Estado.

Com agências

 

 

POLÍCIA

O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, afirmou que só vai divulgar informações sobre as investigações quando o inquérito for concluído. Pistas sobre a autoria e a motivação dos crimes não serão informadas parcialmente, disse.

 

REUNIÃO

Além de Mônica Benício, estiveram também na reunião com a Polícia Civil os pais de Marielle, Antonio e Marinete, a filha da vereadora, Luyara, e a família do motorista Anderson Gomes, que também foi assassinado.

 

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