PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Com 9% das intenções de voto, Alckmin continua sob pressão

2018-04-16 01:30:00

Pressionado a apresentar melhores resultados nas pesquisas de intenção de voto e se firmar como o candidato do centro à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) viveu momentos de susto e alívio na última semana. Se, por um lado, ficou fora das investigações da Operação Lava Jato, o tucano viu novamente seu desempenho eleitoral ser colocado em xeque.


No âmbito jurídico, Alckmin temia que o rótulo de “investigado pela Lava Jato” contaminasse sua campanha, e por isso comemorou o envio do inquérito para apurar recebimento de caixa 2 à Justiça Eleitoral.


“Não será danoso para nós (a apuração do caso pelo TSE). Danoso é ficar sem julgar e ele sempre ser citado como envolvido na Lava Jato.

(...) Alckmin tem todas as condições de responder sobre esse caso na campanha”, afirma o deputado federal Silvio Torres, membro da executiva nacional do PSDB.


Em pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha, Alckmin aparece, no melhor dos nove cenários avaliados, com 8% das intenções de voto, atrás de seus principais adversários. Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) herdam votos de Lula. Conforme a pesquisa, cresce a preferência por Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF que se filiou ao PSB para concorrer ao Planalto.


O líder do PSB na Câmara, deputado Julio Delgado (MG), afirmou que o resultado da pesquisa mostra que o lançamento da pré-candidatura de Joaquim Barbosa seria “irreversível”. Barbosa tem entre 8% (no cenário com o ex-presidente Lula) e 10% (sem o petista) das intenções de voto, em empate técnico com nomes que foram lançados há meses — como Ciro Gomes (PDT), que tem entre 5% e 9%, e Geraldo Alckmin (PSDB), entre 6% e 8%. “Com estes números, com uma semana de filiação, não tem mais volta”, afirmou o parlamentar mineiro.


Delgado disse que ele e o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, devem se reunir nos “próximos dias” com Barbosa para acertar detalhes do lançamento da pré-candidatura. “Ele deu o primeiro passo, agora vamos tratar do tema do lançamento, mas sem açodamento”, disse Siqueira.


O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse estar satisfeito com o desempenho de Ciro Gomes na pesquisa. No cenário em que Lula não participaria da disputa, Ciro conta com 9% das intenções de voto, empatado com Alckmin e com Joaquim Barbosa. “O resultado está bom. Está dentro do que a gente havia previsto. Agora é avançar”, resumiu. Lupi, no entanto, não escondeu sua preocupação com a persistência da intenção de votos de Bolsonaro. “Ele está conseguindo se manter. Seu eleitorado acredita que a solução da violência é a pena de morte. É algo muito preocupante”, afirmou.


Já Marina falou que está comprometida com debate e não com embate, e que há “risco da extrema polarização do debate político”. O ex-ministro Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB, disse que a pesquisa veio “dentro do esperado”. (Com Agência Estado)

 

REPERCUSSÃO


REDE


O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) afirmou estar entusiasmado com os resultados apontados pela Datafolha. A pesquisa mostra que, nos cenários em que Lula não concorre, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) ficam empatados na liderança.

“Agora é preciso trabalhar, mostrar o que ela fará pelo País”, disse o deputado.


MDB


Para Henrique Meirelles (MDB), “Bolsonaro e Ciro trazem instabilidade” e representam um desmonte da política de reformas do governo Michel Temer. “São candidatos que pretendem reverter parte da agenda de modernização do País implementada. São propostas que remetem ao que foi tentado no passado e fracassou”, defendeu.


PCdoB


Manuela d’Ávila usou sua conta no Facebook para comemorar o resultado da pesquisa. “Chegar em abril com 3% de intenção de voto (em cenário sem Lula na disputa), com uma pré-campanha sem estrutura, com a comunicação via internet no estilo Glauber Rocha (um celular na mão e um monte de ideias para o Brasil na cabeça) é um motivo de muita alegria”, afirmou. Segundo ela, o resultado representa crescimento e já era esperado.


PRB


O empresário e pré-candidato à Presidência pelo PRB, Flávio Rocha, afirmou que a conquista do eleitorado ainda indeciso o levará até o segundo turno.

Gabrielle Zaranza

TAGS