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Sem voto, governo Temer precisa repactuar a base

2017-11-04 01:30:00
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Bem-sucedido na votação da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer (PMDB) enfrenta agora as consequências da vitória na Câmara dos Deputados.


Embora tenha rejeitado as acusações de Rodrigo Janot por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça, o peemedebista vai precisar repactuar sua base para ter sucesso na aprovação de medidas econômicas que alterem a Constituição.

[SAIBAMAIS]

A avaliação é dos próprios aliados do governo. Um dos homens fortes do presidente na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) admitiu ao O POVO que o Palácio do Planalto não tem 308 votos para aprovar a reforma da Previdência. “Mas isso não quer dizer que vamos desistir das reformas”, disse.


Para a oposição, Temer vai ter que barganhar para aprovar matérias que exijam pelo menos 257 votos, que são, por exemplo, os projetos de leis complementares.


“O governo vai ter que negociar cada projeto. Ele (governo) conseguiu se salvar, mas se afundou do ponto de vista da governabilidade”, declarou o vice-líder da oposição, deputado Silvio Costa (Avante-PE).


As Medidas Provisórias, uma das estratégias de Temer para implementar ações sem a necessidade de votar Projeto de Lei, estão ameaçadas após as críticas do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). No início do mês passado, o democrata chegou a dizer que o Executivo não respeita a agenda do parlamento.


Vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS) tentou minimizar as palavras de Maia em relação às MPs. “Eu sou parlamentar há 23 anos, e, em algum momento, os presidentes da Casa dão um chega pra lá e dizem ‘segura um pouco, está mandando muito’. Mas isso é normal”, afirmou o peemedebista.


Previdência

Como prioridade para as próximas votações, o governo trabalha com a reforma da Previdência, que é uma das pautas econômicas que o Planalto ainda não conseguiu votar.

Para a oposição, outro fator que pesa para a base do governo é o calendário eleitoral que se aproxima. O deputado Assis Carvalho (PT-PI) acredita que cada vez mais parlamentares que integram a ala governista vão querer se afastar de um governo bem avaliado por apenas 3% da população e com pauta negativa.


“As eleições vão se aproximando e os deputados não querem colar demais a imagem no ‘saco de maldades’. Cada vez mais os parlamentares tentam se distanciar de um cadáver”, avalia o petista.

 

Wagner Mendes

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