PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Após decisão da Justiça, Picciani e mais dois deputados são presos

2017-11-17 01:30:00
NULL
NULL
[FOTO1]

Os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, se entregaram à Polícia Federal (PF) ontem. Eles tiveram ordem de prisão preventiva expedida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), indiciados na Operação Cadeia Velha. O primeiro a chegar à Superintendência Regional da PF, na Praça Mauá, foi Picciani - presidente da Assembleia Legislativa do Rio, pouco antes das 17 horas. Em seguida, cerca de 15 minutos depois, chegou Paulo Melo. Albertassi se entregou às 17h55min.


O três serão levados, segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, para Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde já está o ex-governador Sérgio Cabral e outros presos envolvidos nos desdobramentos da Lava Jato fluminense. Às 18h30, os três seguiram em comboio da PF para realizar os exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal para depois serem conduzidos ao sistema prisional.

[SAIBAMAIS]

A Alerj, por meio de sua assessoria, informou que haverá convocação em caráter permanente, a partir de hoje, inclusive durante o sábado e domingo, para a sessão que vai deliberar sobre a prisão ou soltura dos três deputados.


A instituição também informou que a Mesa Diretora aguarda envio da comunicação do TRF2 sobre a prisão dos deputados. A decisão sobre a prisão exige maioria absoluta do plenário.


A votação

Votaram a favor o desembargador relator do processo, Abel Gomes, e os desembargadores Messod Azulay e Paulo Espírito Santo. Os três concordaram com a denúncia do Ministério Público Federal sobre o uso da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Eles também decidiram pelo afastamento de suas funções e que a prisão dos parlamentares deve ir para o colegiado da Assembleia e ser votada pelos deputados.

 

Durante o seu voto, Azulay disse que era “muito triste” saber que um dos acusados era presidente da Alerj já por seis mandatos “Há um acervo probatório muito vasto. É muito triste saber que um deles é presidente da Alerj já por seis mandatos e que esses mesmos três parlamentares, ao invés de trabalhar para os que os elegeram, trabalharam para setores como empresas de ônibus e para favorecimentos indevidos. É estranho que, quando a gente passava pelas ruas, via tantos ônibus vazios. Como sobreviviam, eu não conseguia entender e agora a gente acaba entendendo como tudo uma grande lavanderia de dinheiro”, disse o desembargador.


Azulay afirmou também que os parlamentares “fabricaram legislações em favor de pouquíssimas pessoas à base de pagamento de vantagens indevidas”.

Agência Estado

 

 

Saiba mais


O advogado Nélio Machado, defensor do presidente da Assembleia Legislativa do Rio e do PMDB fluminense, Jorge Picciani, disse ontem que o "tribunal errou" ao determinar a prisão preventiva de seu cliente e também dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi. Os três são parlamentares pelo PMDB do Rio. "Estão punindo suposto pecador sem dar a ele o direito de defesa", afirmou o advogado. Machado argumentou que os desembargadores do TRF-2 fizeram um prejulgamento ao avaliar as denúncias do MPF de envolvimento dos parlamentares em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.

 

Adriano Nogueira

TAGS