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Aliança entre PT e PMDB divide lideranças no Ceará

2017-11-04 01:30:00
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Na semana em que o senador Tasso Jereissati (PSDB) rejeitou possibilidade de disputar Governo do Estado em 2018, lideranças do PMDB e PT sinalizam aproximação entre as siglas em diversos estados, o Ceará entre eles.


Por aqui, dirigentes, apesar de admitirem que conjuntura atual fortalece possibilidade de aliança, divergem sobre “preferência” dos partidos para a disputa.


A intenção da executiva nacional do PMDB é buscar alianças regionais com o PT em, pelo menos, oito estados, com base na campanha para governador – estratégia para manter as maiores bancadas no Congresso. Além do Ceará, há negociações em Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.


De lados opostos desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, o retorno da união, ainda que cedo, tem portas abertas. Segundo o senador Romero Jucá, presidente nacional do PMDB, “não há nenhum tipo de proibição” para alianças regionais com qualquer partido, visto que “cada Estado tem uma realidade diferente”.


A abertura declarada dá força também à tese de aliança no Ceará entre Eunício Oliveira (PMDB), presidente do Senado, e o governador Camilo Santana (PT).


“O PMDB é plural. Não tem essa história de não poder fazer aliança com A ou com B”, diz Eunício, que já se declarou “eleitor de Lula” ao O POVO.


Presidente interino do PMDB no Ceará, Gaudêncio Lucena concorda que legenda é “historicamente plural” – o que, para ele, é o que tornou a sigla “a maior do País”.


Ele afirma, contudo, que, como comandante local, a “preferência” ainda é de aliança com o PSDB, “porque é um partido de centro”, ou com “candidatos que estejam alinhados no âmbito de alianças entre PR, PSD ou SD”.


“É a prioridade. Agora, na política, tudo é possível”, contemporiza Gaudêncio.


Ao mesmo tempo, o dirigente reconhece que a migração da bancada peemedebista para a base de Camilo na Assembleia Legislativa – que “se elegeu como oposição” mas foi “cooptada pelas benesses” do Governo – pode ser um fator de mudança nessa “preferência”. “Isso sempre aconteceu, mas hoje tem maior intensidade”, afirma.


O vereador Guilherme Sampaio (PT), ligado ao grupo da deputada federal Luizianne Lins, nega proximidade com o PMDB por parte da executiva estadual petista. Para ele, a aliança entre as duas siglas pode “colocar em risco a integridade” do PT.


“A população não compreenderia isso, logo depois de o PT ter denunciado, com tanta força, o golpe dado na presidente Dilma. O PT ainda precisa se recompor”, argumenta o vereador. Ele avalia que, mesmo que peemedebistas reconheçam erro e apoiem Lula em 2018, “a política hoje é outra”.

com agências

Daniel Duarte

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