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Governistas falam em placar superior ao da 1ª denúncia contra Temer

2017-10-24 01:30:00
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Na semana da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no plenário da Câmara, líderes governistas demonstram otimismo e falam em um resultado mais expressivo desta vez. Nas contas da “tropa de choque” de Temer, é possível alcançar de 270 a 280 votos a favor do parecer que pede o arquivamento da denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa.


Faltando apenas um dia para a votação, os governistas concentram agora os esforços de convencimento em 30 parlamentares “mais problemáticos”, que seriam de diversos partidos da base aliada. O grupo é formado por aliados que cobram cargos e a liberação de emendas. Como algumas demandas são ainda da votação da Reforma Trabalhista, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que é um dos denunciados, entrou diretamente na articulação para resolver as emendas pendentes. “Não são (deputados) contra o governo, só querem uma determinada obra”, disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), que desde sábado está ligando para aliados para sentir o “termômetro” da base.

[SAIBAMAIS]

Na contabilidade de Mansur e do vice-líder do PMDB, Carlos Marun (MS), é possível superar os 263 votos favoráveis ao governo na primeira denúncia porque o cenário é de desconfiança em relação ao conteúdo do segundo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e porque a economia vem dando sinais positivos. “O cara que já votou (com Temer) vai votar de novo, já teve o desgaste na primeira denúncia”, afirmou Mansur.


Oficialmente, o governo não conta com os votos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que presidirá a sessão, e do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que na última sessão também se absteve. “Acho que o resultado será melhor que a votação passada”, prevê Mansur


A oposição rebate o clima de otimismo dos governistas e calcula que o governo teria no máximo entre 225 e 230 votos. “O governo está desesperado por voto”, contou o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA).


Abstenções

Nos bastidores, parlamentares contam que os aliados estão até dispostos a marcar presença no dia da votação para garantir a abertura da sessão, mas alguns estão propensos a se abster, contrariando a orientação de votar a favor do parecer do tucano Bonifácio de Andrada (MG). Embora a abstenção também ajude o placar do governo (por impedir que a oposição alcance os 342 votos favoráveis ao prosseguimento da denúncia), a meta dos governistas é superar a votação da primeira denúncia.

 

Marun disse que não é hora de dar “sustos” no governo e disse que não vê mobilização pró-abstenção. “Se alguém quiser manifestar sua contrariedade à denúncia de outra forma, paciência. O ideal é que fossem votar (contra a denúncia)”, afirmou.

Agência Estado

 

Saiba mais


O deputado Rubens Júnior afirmou que entrará ainda hoje no STF com mandado de segurança para pedir a votação separada na Câmara das denúncias da PGR contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).


“Vou pedir a votação separada das acusações. A primeira acusação é de que Temer é líder da organização criminosa. A segunda, de que Eliseu Padilha é membro dessa organização. A terceira, de que Moreira Franco também é membro. A quarta acusação é de que Temer obstruiu Justiça”, afirmou o parlamentar maranhense.


Temer e os ministros foram denunciados conjuntamente pela PGR por organização criminosa. O presidente da República também foi denunciado sozinho por obstrução de Justiça.

 

Adriano Nogueira

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