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Decisão sobre Aécio e relatoria acentuam crise no PSDB

2017-10-05 00:00:00
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O PSDB enfrenta um racha político interno que, avaliam filiados, só deve ser resolvido quando um novo comando do partido for eleito na convenção nacional, marcada para acontecer em dezembro deste ano.


A crise foi acentuada após adiamento da decisão do Senado sobre o afastamento de Aécio Neves do cargo de senador, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 26.

[SAIBAMAIS]

A tese mais aceita é de que o tucano poderia não ter votos suficientes para enfrentar a decisão do STF. Ontem, o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB) afirmou que a questão será votada no dia 17 mesmo que a Corte mantenha o entendimento atual de que não precisa do aval do Congresso para medidas restritivas impostas a parlamentares.


O assunto foi tema da reunião da bancada tucana na última terça-feira, 3, na qual a ala rebelde da sigla, conhecida como “cabeças pretas”, defendeu que Aécio renunciasse à presidência do partido, da qual está licenciado desde março. Para o grupo, atitude evitaria mais desgastes da legenda.

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“Por mais que faltem apenas dois meses para ele encerrar o mandato, seria um gesto positivo, seria de bom tom que ele fizesse isso, para evitar que o partido seja levado a reboque”, afirma o deputado federal Fábio Sousa (GO).


De outro lado, parlamentares dizem que renúncia não é necessária. “Essa atitude da renúncia ou não do Aécio cabe somente a ele, a reflexão é ele que tem que fazer”, minimizou Guilherme Coelho (PE). Ele nega que o partido esteja rachado. “É normal que uns pensem de um jeito e outros de outro jeito, isso faz parte da democracia”, argumenta.


Outra questão que dividiu a legenda foi a relatoria da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que vai analisar denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), entregue ao tucano Bonifácio de Andrada (MG). Ala do partido defende que ele deixe o cargo porque não sigla não tem consenso sobre abertura da denúncia.


O dia de ontem foi, inclusive, de difícil entendimento entre tucanos. O POVO apurou que parlamentares tentavam convencer Bonifácio a abrir mão da relatoria da CCJ, ante a resistência dele. Sua permanência seria boa notícia para Temer, porque a tendência é de que seu relatório fosse desfavorável à abertura da denúncia.


Eleições 2018

A divisão do partido também se reflete nas tratativas para a disputa presidencial de 2018, em que o governador e o prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin e João Doria, respectivamente, devem decidir quem concorrerá ao cargo. Há quem diga que Doria movimenta-se para deixar o PSDB para entrar na disputa. Entre os partidos possíveis, ele migraria para o DEM.

 

Na disputa interna do comando do PSDB, os nomes colocados são do próprio Tass e do governador de Goiás, Marconi Perillo.

O cearense é defendido pela ala radical tucana, enquanto Marconi tem o apoio de Alckmin.

 

Letícia Alves

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