Guálter George, editor-executivo de Conjuntura

É duro ver os líderes governistas soltando fogos, quase, com a a prisão do empresário Joesley Batista e do seu executivo Ricardo Saud. Menos pelo fato em si, que até pode merecer alguma comemoração do bom cidadão, mas pelo aspecto em que se festeja, na verdade, os eventuais efeitos dela. Em especial, um suposto enfraquecimento de Rodrigo Janot para apresentar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer, o que continua previsto para acontecer nos próximos dias. Ou seja, o País aos frangalhos, sofrendo com cada um destes episódio tristes que a política proporciona, e o máximo que este grupo se permite é observar como este ou aquele episódio lhe favorece ou aos seus aliados. É uma postura que explica muito do que tem sido revelado pelas investigações da Lava Jato, ajudando-nos a entender como se chegou ao deplorável estágio de coisas atual. Há um descompromisso com o que é sério mesmo, com o debate sobre as razões que fizeram a política permitir que surgissem e crescessem personagens que hoje ocupam celas pelo País, porque, imagina-se, o fundamental é saber como ganhar ou perder em cada situação triste que é oferecida.