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Dinheiro atribuído a Geddel já passa de R$ 40 milhões

2017-09-06 01:30:00
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A Polícia Federal afirmou ontem que, às 20 horas, a contagem do dinheiro encontrado em malas e caixas de papelão em apartamento atribuído ao ex-ministro dos governos Dilma e Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB), chegava a R$ 40 milhões. Os cálculos continuaram na madrugada de hoje.


“A previsão é que o término da contagem deverá se estender pela noite, tendo em vista o volume que ainda falta”, disse a PF.


Autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília, a ação da PF mirou o local onde seria o “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima utilizado para armazenagem de dinheiro em espécie. A operação foi batizada de Tesouro Perdido.

[SAIBAMAIS]

Geddel está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. O ex-ministro foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho. A investigação é conduzida pelo delegado Marlon Oliveira Cajado, que nas últimas semanas, ouviu, entre outras pessoas, o corretor Lúcio Bolonha Funaro. Um outro depoimento de Funaro já havia resultado na prisão de Geddel.


De acordo com nota da PF, “após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador/BA, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie.”


Em depoimento à Procuradoria da República em Brasília, Funaro disse ter entregue “malas ou sacolas de dinheiro” ao ex-ministro.

O corretor declarou ter feito “várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima”.


“Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizado no aeroporto de Salvador/BA, diretamente nas mãos de Geddel”, declarou Funaro.


Réu na Lava Jato

Em agosto, Geddel se tornou réu por obstrução de Justiça. O ex-ministro teria atuado para evitar a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.

 

A operação apura a atuação de Geddel e outras pessoas na manipulação de créditos e recursos realizada em duas áreas da Caixa Econômica Federal.


O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o corretor de valores Lúcio Funaro são também alvos da investigação, que começou no ano passado.


Geddel é acusado de ter recebido R$ 20 milhões de propina em troca de aprovação de empréstimos no banco ou de liberação de créditos do FI-FGTS para beneficiar empresas.

Agência Estado

 

 

 

Saiba mais


Apartamento


Na decisão judicial que autorizou a busca e apreensão no apartamento de Geddel em Salvador, o juiz cita que o “bunker” pertence a uma pessoa de nome Silvio Silveira, que teria cedido tal imóvel para que o ex-ministro de Michel Temer pudesse guardar caixas com documentos.


“Ademais, conforme consignado nas informações policiais, foram realizadas pesquisas de campo com moradores do prédio, confirmando a notícia de que uma pessoa teria feito uso do aludido imóvel para guardar ‘pertences do pai’, tratando-se provavelmente de Geddel, cujo pai faleceu em 10 de janeiro de 2016”, afirma o juiz no mandado.


Procurada, a defesa do ex-ministro ainda não se manifestou.

 

Adriano Nogueira

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