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Vitória de Temer foi "momentânea", diz oposição

2017-08-03 01:30:00

Após a derrota sofrida no plenário, deputados da oposição afirmaram que o governo obteve uma vitória momentânea, mas reconheceram que terão de mudar de estratégia se quiserem aprovar a nova denúncia que deve ser apresentada contra o presidente Michel Temer pela Procuradoria-Geral da República.


Desde que a denúncia chegou à Câmara, em 29 de junho, a oposição apostou que o desgaste da imagem de Temer e o surgimento de um “fato novo”, como a delação do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-PR), seriam suficientes para garantir a aprovação da continuidade das investigações contra o peemedebista.


Com o passar do tempo, no entanto, o governo conseguiu reverter o quadro desfavorável e garantir os votos necessários para rejeitar a denúncia de corrupção passiva apresentada com base na delação do empresário Joesley Batista.


Ontem, logo no final da manhã, a oposição viu fracassar a tentativa de obstruir a sessão e adiar a análise da denúncia. Por volta das 12h30min, o governo já havia conseguido colocar o quórum mínimo de 342 deputados no plenário para dar início à votação. Ao longo do dia, a preocupação da oposição passou a ser o placar da votação. Deputados avaliavam que se o governo conseguisse chegar aos 300 votos, teria obtido uma vitória expressiva. Um número menor do que 250 votos mostraria a fragilidade do presidente. Isso não aconteceu.


“Nós vamos reforçar a nossa luta para a segunda denúncia. Acreditamos que os votos a favor de Temer vão custar muito caro para a imagem dos parlamentares”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).


Deputados também afirmaram que o governo gastou todas as suas armas para barrar a denúncia e, se tiver que enfrentar uma nova acusação, não terá mais emendas para liberar, cargos para distribuir e recursos para oferecer. (AE)

 

Adriano Nogueira

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