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Venda da Eletrobras tem resistências de aliados

2017-08-24 01:30:00

A decisão de privatizar a Eletrobras começa a enfrentar resistências no Congresso, inclusive na base governista. Aliado do governo Michel Temer, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) afirmou ser contra a medida. Ministro de Minas e Energia de 2008 a 2015, o peemedebista alegou que a empresa é estratégica para o País e não deveria ser entregue à iniciativa privada.


"Eu penso que as dificuldades da Eletrobras, que realmente existiram, decorrem sobretudo das distribuidoras, que foram assumidas pela empresa e que pertenciam a alguns estados. Sobretudo a do Amazonas, que gerou um prejuízo muito grande. Não sou favorável à privatização da Eletrobras. Ela é uma segurança para o abastecimento de energia do País. Ela tem uma função estratégica e, como tal, deve ser preservada sob controle do Estado", afirmou.


Questionado sobre a possibilidade de o governo poupar subsidiárias da Eletrobras, como já sugerem alguns parlamentares, Lobão disse que a estatal de energia é um conjunto. "Eu entendo a Eletrobras como um conjunto daquilo que é útil para a geração de energia. A parte da distribuição até pode ser privatizada, mas a geração, não."


Na bancada peemedebista do Senado, a opinião é de que a privatização é necessária, mas será preciso discutir antes as condições. "Essa (privatização) é uma discussão que vai ser feita aqui. Precisamos ouvir os senadores. Cada um tem os seus interesses regionais. A Chesf, por exemplo, é uma empresa muito respeitada e muito estimada no Nordeste. Essas questões regionais devem ser objeto de discussão", afirmou o líder do PMDB na Casa, Raimundo Lira (PB), em referência à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco.

Adriano Nogueira

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