PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

DEM muda perfil para ser de "centro"

2017-08-14 01:30:00

Alçado ao comando da Câmara com Rodrigo Maia (RJ), o DEM voltou a sonhar com a Presidência. Nos bastidores, o antigo PFL (também já foi Arena e PDS) prepara uma “recauchutagem” pragmática.


O objetivo é se tornar um dos maiores no Congresso, recebendo deputados insatisfeitos em legendas. O plano de fundo, porém, passa por suplantar o PSDB, aliado histórico, para eleger oito governadores e tentar alcançar o Palácio do Planalto.


Há 28 anos o DEM não consegue apresentar candidato ao Planalto - duas gerações de eleitores nunca puderam votar num político da sigla para presidente. O último foi Aureliano Chaves, em 1989.


Na era petista, o DEM passou 13 anos no extremo da oposição e regrediu no perfil parlamentar. Se chegou a 105 deputados em 1998, elegeu apenas 21 em 2014. Passou por uma cisão liderada pelo ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) em 2011, que deu origem ao PSD, e chegou a arquitetar uma fusão fracassada com o PTB, em 2015.


Hoje, tem 30 deputados e nenhum governador. Seu único integrante de relevância no Executivo é o prefeito de Salvador, ACM Neto. "A prioridade é desenvolver um projeto presidencial. Se não der tempo, estamos abertos a conversas com todo mundo, desde que haja convergência de visões", diz Neto.


Maia tem sido o articulador da migração dos parlamentares. A meta é reunir entre 50 e 60 deputados.


A estratégia do DEM para receber insatisfeitos do PSB é "suavizar" seu ideário de direita. O DEM quer ocupar o centro no espectro ideológico, tendo como exemplo o presidente francês, Emmanuel Mácron. "O posicionamento do Bolsonaro à extrema direita desloca o DEM para o centro”, diz o líder da sigla na Câmara, Efraim Filho (PB).


Nos rascunhos de um manifesto que planejam divulgar, entram temas que eles consideram palatáveis à classe média. "Seremos intolerantes com o crime", diz trecho. Outras propostas são ter menos ideologia na educação. (das agências)

Adriano Nogueira

TAGS