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Ação arquivada em conselho

2017-08-09 01:30:00

Por 12 votos a 2, o Conselho de Ética do Senado arquivou ontem a denúncia contra seis parlamentares da oposição que protestaram durante a votação da reforma trabalhista na Casa. Na ocasião, no dia 11 do mês passado, elas ocuparam a Mesa Diretora do plenário, interrompendo a sessão e atrasando a análise do projeto.


A sessão do conselho foi marcada por confusão logo no início, quando o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), exaltado, protagonizou discussões com colegas que quase acabaram em agressão física.


“Essa reunião é ridícula. Vocês arquivaram o caso do Aécio (Neves), que tinha mala de dinheiro. Agora vão punir senadoras por sentar na Mesa do Senado”, afirmou o petista, que, com dedo em riste, acusou o presidente do conselho, senador João Alberto (PMDB-MA), de estar desmoralizado.


No mês passado, a maioria do conselho decidiu arquivar representação contra o tucano feita com base na delação premiada de Joesley Batista, do Grupo J&F, proprietário da JBS.


A denúncia no Conselho de Ética tinha como alvo as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ângela Portela (PDT-RR), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). No mês passado, durante a sessão que votaria a reforma trabalhista, elas ocuparam a Mesa Diretora e pediram marmitex para almoçar. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), mandou desligar a luz da Casa.


O processo já havia sido aceito por João Alberto, que marcou a reunião de ontem para definir o relator.


O senador Humberto Costa (PT-PE), porém, pediu a João Alberto para reconsiderar a decisão. O requerimento do petista foi aprovado pela maioria do colegiado. “Em tempo de criminalização da política, não pode esta Casa Legislativa adentrar a essa seara, tentando intimidar o legítimo direito de manifestação de seus pares”, afirmou Costa no pedido.

 

Adriano Nogueira

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