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Relator admite denúncia de Temer

2017-07-11 01:30:00
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O presidente Michel Temer (PMDB) perdeu a primeira batalha na guerra para se manter na Presidência da República. Sergio Zveiter, relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, recomendou que a denúncia de corrupção passiva contra o presidente seja acatada, o que abre a possibilidade de Temer virar réu e ser afastado. Previsão é de que o relatório seja votado no colegiado a partir de amanhã.

[SAIBAMAIS]

Reafirmando que tem perfil independente, Zveiter definiu a própria decisão como de cunho político com forte orientação técnica. No parecer, ele descartou o principal argumento da defesa de que a denúncia se baseia em uma prova ilícita.


O advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, disse que a peça elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, era “ficção”.

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Gravação e depoimento do dono da JBS, Joesley Batista, serviram de base para a acusação. Segundo a PGR, o presidente teria se beneficiado de R$ 500 mil repassados pela empresa ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.


“É lícita a prova consistente em gravação ambiental sem o conhecimento do outro interlocutor”, afirmou. Zveiter rebateu que a ação de Janot fosse “fantasiosa”. Para ele, há indícios suficientes para que o processo seja levado adiante.


O relator disse ainda que as suspeitas que pesam contra Temer são “graves”. A oposição celebrou o parecer do relator. “Foi um relatório muito contundente”, definiu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).


A sessão de leitura do relatório foi marcada por tumulto e discussões após as trocas de parlamentares que alteraram a composição da CCJ.

O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB), afirmou que os próximos dois dias serão dedicados à análise do relatório. A expectativa é de que a matéria só seja votada a partir desta quarta.


Em entrevista exclusiva ao O POVO, publicada ontem, Pacheco sinalizou que não cederia às pressões da base para apressar o processo. “A CCJ vai usar todo o tempo necessário para se dedicar ao assunto. Vamos gastar o tempo que for necessário, dentro do cronograma, para discutirmos as denúncias”, disse.


Deputados aliados do governo se reuniram ainda ontem, logo após o fim da sessão na CCJ, para preparar um voto em separado ao relatório do deputado Sergio Zveiter. A ideia é contrapor os argumentos usados por Zveiter para votar pela admissibilidade da denúncia contra Temer. (com agências)

Isabel Filgueiras

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